terça-feira, 31 de julho de 2012

Envenenamento pode ter sido causa da morte de Arafat


No Terra
ZURIQUE, 15 Jul 2012 (AFP) - A viúva de Yasser Arafat apresentará perante a justiça francesa uma denúncia por envenenamento, depois de ter sido encontrada uma quantidade anormal de polônio nos objetos pessoais do ex-líder palestino, confirmou neste domingo seu advogado.
"A senhora Arafat decidiu apresentar uma denúncia penal, o que será feito em um mês", indicou Marc Bonnant em uma entrevista ao jornal suíço Le Matin Dimanche.
A queixa será apresentada em Paris, disse o advogado, e será uma denúncia contra um "autor desconhecido" pela acusação de "envenenamento".
Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004 em um hospital militar francês perto de Paris.
A tese do envenenamento foi reavivada na semana passada pela divulgação de um documentário na rede de televisão Al-Jazeera, que apontava que o Institute for Radiation Physics de Lausanne (Suíça), que analisou amostras biológicas extraídas dos objetos pessoais de Arafat, encontrou nelas "uma quantidade anormal de polônio", uma substância radioativa extremamente tóxica.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, e Suha Arafat já deram sua aprovação para que sejam retiradas amostras dos restos do líder, que jaz em um mausoléu na presidência palestina em Ramallah, o que implicará sua exumação.
O sobrinho de Yasser Arafat, Nasser al-Qidwa, acusou na quinta-feira Israel de ter envenenado com polônio o histórico líder palestino, e exigiu que "os responsáveis por este assassinato sejam julgados".
O polônio é uma substância radioativa altamente tóxica, que serviu em 2006 em Londres para envenenar Alexandre Litvinenko, um ex-espião russo que havia se convertido em opositor ao presidente Vladimir Putin.

Porta-voz oficial mexicano acusa a CIA de ter interesse na manutenção do tráfico


Segundo consta em http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=101262, em castelhano, o porta-voz do governo estadual de Chihuahua, México, Guillermo Terrazas Villanueva, disse em Ciudad Juárez à emissora de TV Al Jazira que a Cia "maneja" o narcotráfico do mesmo modo que há empresas que manejam o controle de pragas. Ou seja, se não há pragas, não há serviço e não se recebe pagamento. Se não há drogas, não há necessidade de repressão e os agentes repressivos ficam sem razão de ser. Chihuahua é um dos Estados mais violentos do México e faz fronteira com o Texas; Ciudad Juárez é notória por sua violência. Outras autoridades mexicanas desautorizaram Terrazas.
http://renatopompeu.blogspot.com.br/2012/07/porta-voz-oficial-mexicano-acusa-cia-de.html

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Reforma Agrária – Uma reflexão!


Observando alguns livros de estudo de Direito Constitucional, destaco um pequeno trecho que diz que a propriedade atenderá a sua função social, porém ressalva que o fato da mesma não cumprir dita função não autoriza qualquer tipo de intervenção que não seja constitucionalmente fundamentada, tais como invasões de terra por movimentos sociais organizados, ainda que a pretexto de promover a reforma agrária. Cita precedente do Supremo Tribunal Federal!
 Francamente! São inúmeros livros e mais livros acadêmicos e muitos ainda continuam com uma linguagem meramente narrativa. Preocupam-se sempre em narrar uma informação já construída, sem o ideal da formação crítica do educando. Segundo o educador Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido, editora Paz e Terra, 41ª ed., p. 66), “uma das características dessa educação dissertadora é a “sonoridade” da palavra e não sua força transformadora”.
 Pois bem! Vamos então à tal propriedade e à Reforma Agrária! Estamos em pleno 2012, mais de 500 anos desde a ocupação colonizadora em nosso país. Extinguiu-se um grupo humano numeroso e valioso (os índios); quando não, foram tiradas as suas terras. Passou-se a explorar a terra das piores formas possíveis, até os dias atuais. Há quem diga que a exploração famigerada de cana de açúcar no Nordeste é saudável? (ou foi!!!). Uma monocultura barata, de lucro centralizado, que empobreceu o nosso solo.
 Só isso? Não! Também abolimos a escravatura através de lei Áurea (como se liberdade não fosse um direito natural, tendo que ser reconhecida por lei), mas deixaram os seus vestígios (o que diga o emprego doméstico e os seus poucos direitos trabalhistas e o trabalho escravo, tipificado este como crime no Código Penal). Alforriaram-se os negros, porém sem a reforma agrária!
 A terra bem que deu os seus gritos: Foram Arraial de Canudos, Ligas Camponesas, Movimentos pela luta da terra... mortes e mais mortes; violência e carnificina: Do massacre de Canudos ao do Eldorado dos Carajás!!!
 E eu com isso? Bom, o art. 5 da Constituição Federal de 1988 é claro: “Todos são IGUAIS (será mesmo???) perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (será????), garantindo-se aos brasileiros (...) a inviolabilidade do direito à propriedade (falei PROPRIEDADE) (...)” (grifo e comentário meu).
 Agora “Zezinho”, meu aluno favorito me pergunta: Professor, se todos são iguais, se não deve haver a distinção de qualquer natureza, se a propriedade é um direito fundamental, por que então tantos nascem e continuam até morrer, sem terra alguma?
 E eu digo o quê? Que é assim mesmo, que o Supremo Tribunal Federal é a nossa corte máxima e entende dessa forma, passando assim ao próximo assunto, ou então “esquece isso Zezinho, isto não vai cair na prova do concurso público. Você está perdendo seu tempo!” Devo dizer isto? Afinal, todos são iguais?
 Será que estou regredindo? Não podemos ser domesticados para engolir farsas, mas sim educados para entender que toda a forma de violência e agressividade devem ser rejeitados; que para garantirmos nossos direitos temos que lutar; que os movimentos sociais invadem terras no país, porque a Reforma Agrária é lenta, não anda, a legislação inventou inúmeras etapas, tornando complexo; porque não há vontade real de todos.
 Estamos em 2012 e as pessoas ainda (PASMEM!) estão lutando por terra; os que conseguem acabam tornando-se agricultores de subsistência. Sabe o que é isso? É plantar e colher para comer e sobreviver... apenas sobreviver! E isto é vida??? Pensem bem se estou sendo radical ou me negando a ser mais um cego na multidão.
 Não quero ver ocupações; o conflito por terras traz danos, não à propriedade, mas sim à vida; companheiros morrem; outros seres humanos, nossos irmãos; pessoas pacíficas, famílias humildes. Ou alguém acha razoável um numeroso grupo de famílias enfrentando pessoas armadas, ordens de reintegração e policiais? Lutam para serem iguais, com saúde, crianças na escola, direitos e mais direitos.
 Mas também não quero (acredito que ninguém quer!) ver outros seres humanos morando em praças, em faixas de domínio, na rua, sujeitos a toda forma de violência. Quando não organizados nos Movimentos Rurais, acabam ocupando as favelas das cidades, passando todo tipo de necessidade, fome e miséria. Há ainda os que se entregam às drogas, ao crime ou se humilham ao troco de esmolas.
 Meus amigos pensem bem! O que você faria se tivesse numa situação tão caótica, sem terra, sem saúde básica, com uma escola ruim para os seus filhos, sem emprego, não sabendo o que fazer no dia de amanhã, vendo seus filhos e sua família numa situação de marginalização??? Um certo amigo disse-me que não suportaria ver o filho passando necessidade! E alguém suporta ver pessoas, que gostamos tanto, sofrendo?
 Não vou basear meus argumentos em acusações aos líderes dos sem terras ou em factóides. Eu garanto que a maioria de meus colegas de trabalho pensa na paz social; na solução pacífica dos conflitos; na solução em que a VIDA esteja acima de tudo.
 A nossa Presidente deve liderar a Reforma Agrária e em tempo curto. Deve negociar com o judiciário, através de seus órgãos e do CNJ a construção de metas de julgamento; deve agilizar as Reformas e dinamizar a atuação do Incra; deve prestar contas à população e chancelar a transparência dessas atividades aos Movimentos Rurais interessados.
 A Constituição Federal de 1988 é uma lei belíssima! Se a propriedade foi escrita neste texto para garantir os interesses da bancada dos grandes ruralistas, deve-se lembrar da máxima de que a lei não tem dono e, uma vez saindo do Legislativo, pode ser interpretada de acordo com os princípios. Assim, se os trabalhadores sem terra não tiveram representantes na Assembléia Constituinte, isto não quer dizer que os seus direitos não possam ser devidamente assegurados, afinal “TODOS SÃO IGUAIS!
 A vida é para ser vivida em paz e com amor! Não acredito que vamos continuar excluindo nossos companheiros de jornada, cegos por um sistema econômico, criado por nós mesmos, que valoriza o nosso pior lado: o egoísmo, a soberba e a inveja. A terra produz trabalho e isto é riqueza!
 Os filhos dos tantos “Josés” e “Marias” nascem sem terra alguma, enquanto que o filho do barão moderno vem ao mundo rico de berço, com terras abundantes, do tamanho de cidades. Há alguma lógica racional ou cristã nisto?
 Se existem ocupações e conflitos é porque não se está distribuindo as terras e ainda quando acontece, não se é em prazo curto. Vamos dividir o que temos, ainda mais quando se tem de sobra e abundância: terra!
 “Ocupar, resistir e conquistar”! Este não é um lema apenas de sem terra e sim de toda mulher e homem de bem que reconhece que só a luta muda a vida e que apenas a luta dos trabalhadores de todo o país faz acontecer.
 Ah! A propósito do título deste texto, pense bem: Todos são iguais!!! (não mais uma pergunta, mas sim uma afirmação).
  
Antônio José de Carvalho Araújo
Juiz Federal e Professor de Direito Constitucional

sábado, 28 de julho de 2012

Carta Capital: "valerioduto abasteceu Gilmar Mendes"

A revista Carta Capital publicou neste final de semana reportagem intitulada “O valerioduto abasteceu Gilmar Mendes”, trazendo uma lista de pessoas que teriam recebido dinheiro do caixa dois da campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Segundo a reportagem o esquema teria sido operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza, que assina a referida lista, registrada em cartório. Entre os nomes que aparecem na lista está o de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que teria recebido 185 mil reais. 

Além de Mendes, há nomes de governadores, deputados e senadores na relação. Entre os doadores, ainda segundo a reportagem da Carta Capital, aparecem empresas públicas e prefeituras que são proibidas por lei de fazer doações de campanha. O banqueiro Daniel Dantas, diz ainda a matéria, aparece como repassador de dinheiro para o caixa dois da campanha de Azeredo.

A reportagem da Carta Capital está embasada em uma série de documentos entregues à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte, que atua em nome da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo o advogado, a morte da modelo foi “queima de arquivo”. Ela participaria do esquema de caixa dois da campanha de Azeredo e teria sido utilizada para transportar malas de dinheiro. A própria Cristiana aparece na lista citada como destinatária de 1,8 milhão de reais.

A revista publicou a íntegra dos documentos que registram o caixa dois da campanha de Azeredo em 1998. Nela, há uma lista de doadores e uma de beneficiários. Nesta última aparecem meios de comunicação, institutos de pesquisa e fornecedores diversos que, diz a Carta Capital, até podem ter recebido por seus serviços sem conhecer a origem do dinheiro.

De acordo com os números da contabilidade assinada e registrada em cartório pelo publicitário Marcos Valério, há uma grande diferença entre os R$ 8 milhões que Eduardo Azeredo declarou ter gasto na campanha e os R$ 104 milhões anotados na documentação contábil.

O ministro Gilmar Mendes negou ter recebido os R$ 185 mil e ameaçou processar a revista Carta Capital. O site Brasil 247 lembrou neste sábado que Gilmar Mendes votou pelo arquivamento da denúncia contra Eduardo Azeredo. Sua posição acabou sendo derrotada e o ex-governador de Minas Gerais é réu na Ação Penal 536, acusado dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Em seu voto, assinala ainda o Brasil 247, o ministro Gilmar Mendes reconheceu que o candidato é responsável pelo que ocorre em sua campanha, mas discordou da tese segundo a qual Eduardo Azeredo seria mentor do esquema por ser beneficiado pelo mesmo. Mendes argumentou ainda que, em um caso como este, a responsabilidade política difere da responsabilidade penal, votando pelo arquivamento da denúncia e sendo voto vencido.

O Brasil 247 publicou o vídeo no qual o ministro Gilmar Mendes fala em favor do ex-governador de Minas Gerais e rejeita a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (veja abaixo).

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20625

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Polícia Militar de São Paulo está fora de controle, diz procurador

MPF vai entrar ação civil pública para trocar o comando da corporação



O procurador da República, Matheus Baraldi, afirmou na tarde desta quinta-feira (26) que a Polícia Militar do Estado de São Paulo está fora de controle. Para ele, os praças da corporação estão psicologicamente desequilibrados.
— O praça não está sob controle, eles foram ensinados a praticar violência em patamares excessivos.

O  Ministério Público Federal em São Paulo pretende mover uma ação civil pública na Justiça Federal pedindo a troca do comando da PM no Estado. No entanto, de acordo com Baraldi, a procuradoria vai aguardar um pouco para ver se o governo toma alguma iniciativa por conta própria, mas caso isso não ocorra “em poucos dias” a ação será protocolada.
Ao falar do descontrole dos policiais, o procurador relembrou o caso do motoboy Eduardo Luis Pinheiro dos Santos que foi torturado  e espancado na 1ª Companhia do 9º Batalhão, na zona norte de São Paulo. O caso ocorreu em 2010 e o corpo do jovem foi encontrado a quilômetros o batalhão.
—  A partir do momento em quem a companhia inteira se reveza para espancar um rapaz por mero prazer, é sinal inquestionável de que há problemas de controle.
O procurador quer também que as investigações de casos de mortes cometidas por policiais sejam transferidas para a Polícia Federal. De acordo com ele, as autoridades estaduais não estão dando conta de solucionar esses casos.
Baraldi prevê que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) possa ser, inicialmente, resistente à ideia, mas terá que ceder caso sejam feitos vário pedidos.
— É importante que façamos pedidos reiterados de federalização das investigações. As portas do meu escritório estão abertas para quem quiser fazer isso.
Para a defensora pública do Estado de São Paulo Daniela Skromov Albuquerque, há uma "situação de descontrole há anos".
— Não existe um único fator [para descontrole], mas está faltando um comando forte que proíba e desestimule esse tipo de morte [praticada por policiais]. Há descontrole absoluto do comando e ideia de que policial bom é o do faroeste, que atira primeiro e pergunta depois, seja por coragem ou por medo.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

James Holmes, um consumidor


Por Carlos Latuff

Novamente o mundo assiste perplexo a mais um massacre nos Estados Unidos. E, novamente, a sociedade estadunidense chora seus mortos. Nenhuma novidade. Lá são inúmeros os casos de pessoas, aparentemente insuspeitas, que planejaram cuidadosamente cada detalhe de uma chacina e a colocaram em prática com itens encontrados em estabelecimentos comerciais.
No dia 20 de julho, um jovem de nome James Holmes, equipado com colete balístico, capacete, máscara contra gases e armado de pistola, escopeta e fuzil, entrou num cinema em Aurora, no Colorado, lançou bombas de fumaça e atirou contra os espectadores matando 12 deles e ferindo outras dezenas. De acordo com a polícia, James Holmes não tinha antecendentes criminais, o que significa dizer que até o dia do massacre James não infringiu a lei, fora uma multa de trânsito em 2011. O jovem não comprou o armamento e a munição das mãos de traficantes ou contrabandistas. Tudo foi adquirido legalmente em lojas estabelecidas.
James Holmes comprou quatro armas, dentre elas um fuzil semi-automático calibre .223. Armas com esse calibre podem ser encontradas em qualquer mercado nos Estados Unidos e sua aquisição não requer nenhum exame psicotécnico, depende apenas do dinheiro. Na Bas Pro Shop, uma das lojas visitadas por James, um fuzil nesse calibre, semi-automático, Remington R-15 VTR Predator, custa US$ 1149.99. Apesar de ser vendida como arma de caça, seu calibre foi desenvolvido por empresas dos Estados Unidos para o exército daquele país que, depois da Segunda Guerra Mundial, concluiu que precisava de um munição mais leve que a tradicional 7.62, afim de que seus soldados tivessem mais precisão de tiro e pudessem carregar consigo mais balas. O campo de provas desse novo calibre foi a selva vietnamita nos anos 60.
O mercado não se importa em produzir artigos que podem, fatalmente, resultar na morte de seus consumidores. O sistema econômico vigente consiste no tripé produção em massa/consumo/descarte. Para mantê-lo é preciso criar perfis de consumo que nem sempre são baseados em necessidades reais. É preciso produzir, não importa a que preço. Basta rotular um maço de cigarro com “O Ministério da Saúde adverte” ou uma garrafa de bebida alcóolica com “Se beber não dirija” para que se redima a culpa da indústria pelas mortes decorrentes de doenças respiratórias e acidentes de trânsito. A indústria de alimentos despeja todos os dias nos supermercados produtos que serão responsáveis por doenças cardíacas, câncer, diabetes. A indústria química, proibida de vender agrotóxicos nos países ricos, os vende à preço de banana para nações do Terceiro Mundo.
Nos Estados Unidos a indústria cinematográfica e armamentista sempre andaram de mãos dadas. Hollywood tem sido vitrine para o lobby das armas. É a forma mais eficiente de publicidade. Raramente um filme americano na TV ou no cinema não tem ao menos um personagem disparando armas, mesmo em comédias ou filmes românticos como Ghost eTitanic. Assim como os filmes de Humphrey Bogart e James Dean estimularam muita gente a fumar, Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis certamente inspiraram outros tantos a comprar ao menos uma pistola.

E aí fica a pergunta. Por que tanta perplexidade com a ação de James Holmes? O atirador do Colorado não fez nada que a sociedade e o mercado não conhecessem e incentivassem. Ele foi até uma loja, comprou máquinas de matar de forma legal e fez exatamente o que se espera delas. Matou. James Holmes é portanto um consumidor, e o mercado agradece. A indústria armamentista não vai parar por causa das vidas ceifadas à bala naquele cinema em Aurora, muito menos pelos mortos em ataques de aviões não-tripulados estadunidenses no Paquistão e no Afeganistão. É tudo negócio, nada pessoal.
Mais importante que nos debruçar sobre o perfil psicológico de James Holmes é analisar o caráter do establishment que tornou possível sua ação brutal.

Mais um monstro denunciado pelo MPF

Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça o major da reserva Lício Augusto Maciel pelo sequestro do militante do PCdoB Divino Ferreira de Souza, o Nunes, capturado ilegalmente pelo Exército em 1973 e desaparecido desde então. Também conhecido como Doutor Asdrúbal, o militar participou, há 40 anos, da Operação Marajoara, que pôs fim à Guerrilha do Araguaia, a maior ação de resistência armada à ditadura militar brasileira. Assassino confesso de pelo menos quatro guerrilheiros, Lício Maciel permanece impune. 

A denúncia do MPF segue determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em sentença de 2010, condenou o Brasil a apurar os crimes de lesa-humanidade ocorridos durante a guerrilha. Como a interpretação que o Supremo Tribunal Federal (STF) faz da Lei da Anistia, de 1979, impede que militares sejam punidos por crimes como assassinato e tortura, o MPF enquadrou o Doutor Asdrúbal pelo sequestro de Divino, considerado imprescritível. 

Divino foi emboscado no dia 14 de outubro de 1973, na região do município de São Domingos do Araguaia (PA). De acordo com o MPF, ele e os companheiros André Grabois, o Zé Carlos, João Gualberto Calatroni, o Zebão, e Antônio Alfredo de Lima, o Alfredo, foram cercados quando abatiam porcos e não tinham nenhuma chance de reagir. Grabois, Calatroni e Lima foram executados na hora e Divino, sequestrado e levado com vida para a base militar da Casa Azul, em Marabá. Apesar de ferido, foi interrogado e submetido a grave sofrimento físico. Nunca mais foi visto.

Dez dias depois, Lício Maciel seria responsável pela morte da guerrilheira Lúcia Maria de Souza, a Sônia, executada imediatamente após reagir ao ataque dos militares e ferir o major no braço e no rosto. Bem antes, já havia se notabilizado pela prisão do também guerrilheiro José Genoíno, que viria a se tornar presidente do PT. 

Justiça
Lício Maciel é o terceiro militar denunciado por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura. O primeiro foi justamente o seu parceiro de combate à guerrilha do Araguaia, Sebastião Curió Rodrigues, o Major Curió. A ação foi recusada pela primeira instância, mas o MPF recorreu e aguarda decisão. O segundo é o ex-diretor do COI/CODI, coronel Brilhante Ustra.
A denúncia contra Lício Maciel foi distribuída para a 2ª Vara Federal do Pará e, desde 19 de julho, aguarda decisão da juíza Nair Pimenta de Castro. 
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20614

Galeano: Há plano para jogar no lixo dois séculos de conquistas


Crise é produzida pelos "seqüestradores de países, exterminadores de salários, assassinos de emprego e traficantes do medo”

Escrito por: BBC

"Este é um mundo violento e mentiroso, mas não podemos perder a esperança e o entusiasmo pela mudança", diz Eduardo Galeano. O escritor uruguaio, historiador literato de seu continente, através de obras como "As Veias Abertas da América Latina" e da trilogia "Memória do Fogo", falou nesta entrevista sobre os últimos acontecimentos na América Latina e a crise econômica mundial.
De sua mesa de sempre no central Café Brasileiro, deixando atrás da janela o frio do inverno austral, insiste que "a grandeza do homem está nas pequenas coisas, que são feitas cotidianamente, dia a dia, por anônimos sem saber que as fazem".
Ele alterna as respostas com episódios de seu último livro, "Os Filhos dos Dias", em que agrupa 366 histórias verdadeiras, uma para cada dia do ano, que contêm mais verdade do que falar sobre indicadores de risco.
A crise europeia está sendo tratada pelos líderes políticos a partir de um discurso de sacrifício da população.
Eduardo Galeano: É igual ao discurso dos oficiais quando eles mandam os recrutas para morrer, com menos cheiro de pólvora, mas não menos violento.
Este é um plano sistemático em nível mundial para jogar no lixo dois séculos de conquistas dos trabalhadores, para que a humanidade retroceda em nome da recuperação nacional. Este é um mundo organizado e especializado no extermínio do próximo.
E então condenam a violência dos pobres, dos mortos de fome; a outra se aplaude, merece condecorações.
A "austeridade" está sendo apresentada como única saída?
Para quem? Se os banqueiros que causaram esse desastre foram e continuam sendo os principais ladrões de banco e são recompensados ​​com milhões de euros que lhe são pagos como compensação...
É um mundo muito mentiroso e muito violento. A austeridade é um antigo discurso na América Latina. Assistimos a uma peça de teatro que foi estreada aqui e já a conhecemos.
Sabemos tudo: as fórmulas, as receitas mágicas, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial...
Você considera que o empobrecimento da população é mais violento?
Se a luta contra o terrorismo fosse verdadeira e não uma desculpa para outros fins, teríamos que cobrir o mundo com cartazes que dissessem: "procuram-se os seqüestradores de países, os exterminadores de salários, os assassinos de emprego, os traficantes do medo ", que são os mais perigosos, porque te condenam à paralisia.
Este é um mundo que te domestica para que desconfies do próximo, para que seja uma ameaça e nunca uma promessa. É alguém que vai te fazer dano e, para isso, é preciso defender-se. Assim se justifica a indústria militar, nome poético da indústria criminosa. Esse é um exemplo claríssimo de violência.
Passando à política latino-americana, o México continua nas ruas protestando contra os resultados oficiais das eleições...
A diferença de votos não foi tão grande e pode ser difícil provar que houve fraude. No entanto, há uma outra fraude mais profunda, mais fina e que é mais nociva à democracia: a que cometem os políticos que prometem tudo ao contrário do que depois fazem no poder. Assim eles estão agindo contra a fé na democracia das novas gerações.
Quanto à destituição de Fernando Lugo no Paraguai, pode-se falar de golpe de estado se ela foi baseada nas leis do país?
Está claro que no Paraguai foi suave e amplamente um golpe de Estado. Eles golpearam o governo do padre progressista não pelo que tenha feito, mas pelo que poderia fazer.
Não tinha feito grande coisa, mas, como propunha uma reforma agrária - em um país que tem o grau de concentração de poder da terra mais alto na América Latina e em consequência a desigualdade mais injusta - teve algumas atitudes de dignidade nacional contra algumas empresas internacionais toda-poderosas como a Monsanto e proibiu a entrada de algumas sementes transgênicas...
Foi um golpe de Estado preventivo, apenas no caso de, não pelo que és mas pelo que podes chegar a fazer.
Lhe surpreende que continuem ocorrendo essas situações?
O mundo hoje é muito surpreendente. A maioria dos países europeus que pareciam estar vacinados contra golpes de Estado são agora governos governados pelas mãos de tecnocratas designados a dedo por Goldman & Sachs e outras grandes empresas financeiras que não foram votadas por ninguém.
Até mesmo a linguagem reflete isso: os países, que se supõe que são soberanos e independentes, têm que fazer bem seus deveres, como se fossem crianças com tendência à má conduta, e os professores são os tecnocratas que vêm para puxar suas orelhas.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Caos na saúde pública de Alagoas


Superlotada, Santa Mônica tem mães e recém-nascidos nos corredores

Funcionários da unidade ameaçam entrar em greve caso nenhuma providência seja tomada por parte das autoridades competentes

Uma cena recorrente na Maternidade Escola Santa Mônica, situada no bairro do Poço, em Maceió, voltou a ser registrada nesta segunda-feira (23): 12 pacientes em trabalho de parto ou com crianças recém-nascidas ocupavam colchões nos corredores do hospital superlotado. Diante da situação, trabalhadores da maternidade ameaçam entrar em greve.

Segundo a técnica de enfermagem Valderez de Oliveira, a situação se repete porque, nos finais de semana, as maternidades particulares credenciadas para atenderem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fecham as portas e toda a demanda recai sobre a Santa Mônica. “A nossa missão é atender as pacientes de alto risco, mas temos que ficar com toda a demanda do Estado, inclusive os casos de baixo risco, que não deveriam ser de nossa responsabilidade”, afirmou a funcionária.

“Temos uma paciente de alto risco com pressão alta em uma maca desde o início da noite de ontem [domingo] porque nossa UTI [Unidade de Tratamento Intensivo] está lotada”, informou Valderez. “Ninguém mais aguenta trabalhar aqui. Se nenhuma autoridade tomar uma atitude, vamos cruzar os braços e a coisa vai ficar muito pior”, emendou.

A mãe de uma paciente de 16 anos, Laudijane, disse que passou por várias maternidades de Maceió antes de levar sua filha à Santa Mônica. “Desde uma hora da madrugada que minha filha está sofrendo. Em todos os hospitais que a gente ia, diziam que não iam abrir, mas não davam nenhuma justificativa. Agora minha filha está em um colchão no chão, chorando para ter neném e ninguém faz nada”, desabafou.

A assessoria de comunicação da Maternidade Santa Mônica, por sua vez, informou que a situação é recorrente porque, diferentemente das demais unidades de saúde, A Santa Mônica 'não fecha nunca'. “Não temos o direito de recusar atendimento a nenhuma paciente, mesmo que se trate de um caso de baixo risco. Infelizmente, as outras maternidades não fazem o mesmo e nós ficamos sobrecarregados, pois, não temos como arcar com toda esta demanda”, disse a assessora da maternidade, ao microfone da Rádio Gazetaweb.


domingo, 22 de julho de 2012

Vergonha nacional: TJ do Rio manda devolver carteira de habilitação de Thor

O desembargador do TJ-RJ Antonio Carlos dos Santos Bitencourt determinou a liberação da carteira de habilitação de Thor Batista, 20, filho do empresário Eike Batista e da ex-modelo Luma de Oliveira.

Uma liminar (medida urgente) concedida por Bitencourt suspendeu os efeitos de uma decisão da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, que havia determinado a apreensão do documento após Thor ser acusado de atropelar e matar o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30, em Duque de Caxias (na Baixada Fluminense).
Thor foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio culposo (sem intenção de matar) e teve a habilitação para dirigir suspensa.
O ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira dos Santos foi atropelado por volta das 19h do dia 17 de março (sábado), quando voltava de bicicleta do trabalho para casa.
Ele foi atingido pela Mercedes SLR McLaren conduzida por Thor, que custa pelo menos R$ 2,7 milhões, quando trafegava pela rodovia Washington Luís, na altura de Xerém, em Duque de Caxias. A vítima morreu na hora.

Milhares protestam no México contra fraude eleitoral

Milhares de pessoas saíram às ruas da Cidade do México neste domingo em protesto contra o que qualificaram como "imposição" do candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) como novo presidente do país. Os participantes da manifestação empunharam cartazes e entoaram frases de ordem acusando o candidato priista Enrique Peña Nieto de ter recorrido a fraude e compra de votos para levar seu partido, que governou o México ininterruptamente por mais de sete décadas, de volta à presidência este ano.
De acordo com o resultado oficial, o candidato da esquerda Andres Manuel López Obrador terminou a votação seis pontos porcentuais atrás de Peña Nieto. O PRI nega ter recorrido a atividades ilegais ou fraudulentas e acusa López Obrador de tentar "desqualificar o processo eleitoral com base em mentiras". Não foram divulgadas até agora estimativas sobre o número de participantes dos protestos deste domingo na capital mexicana. As informações são da Associated Press.

Milionários brasileiros têm a quarta maior fortuna do mundo em paraísos fiscais


RIO - Os brasileiros mais ricos têm uma fortuma estimada em US$ 520 bilhões (mais de R$ 1 trilhão) depositados em paraísos fiscais, o quarto maior volume de recursos no mundo, atrás apenas de China (US$ 1,18 trilhões), Rússia (US$ 798 bilhões) e Coreia do Sul (779 bilhões).
O valor foi levantado no estudo Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network.
No total, os milionários de 139 países pelo mundo têm entre US$ 21 trilhões e US$ 32 trilhões depositados em "offshores" ao fim de 2010. Somente 100 mil pessoas, que formam uma elite financeira global, respondem por US$ 9,8 trilhões desse total.
- O estudo focou um enorme 'buraco negro' da economia mundial que nunca foi mensurado, a riqueza privada offshore, um vasto volume de ganhos que não são triubutados - explicou Henry no relatório do estudo.
O tamanho da fortuna em paraísos fiscais chama atenção em um momento em que muitos países precisam arrecadar impostos e cortar gastos para enfrentar seus problemas de endividamento.
O estudo revelou ainda que 50 bancos privados movimentaram US$ 12,1 trilhões, entre as fronteiras dos países, para seus clientes. Os destaques ficam paga gigantes como UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.
Entre os latino americanos, os muito riscos com dinheiro em paraísos fiscais são principalmente de países como México (US$ 417 bilhões), Venezuela (US$ 406 bilhões) e Argentina (US$ 399 bilhões).
O estudo foi realizado com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (Bird), do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e dos governos nacionais.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Alckmin deu licença para a PM matar em SP


A escalada da violência na periferia de São Paulo, com denúncias de execuções cometidas por policiais militares é escândalo nacional. Segundo alguns especialistas, isso ocorre porque o governo do estado perdeu o controle sobre estas facções que agem impunemente dentro da PM. “Parece que o governo Geraldo Alckmin concedeu licença para a PM matar. Os PMs podem matar a vontade que não existe nenhuma punição”, afirma um especialista. O site Carta Maior através de textos tem denunciado a Rota como braço letal da polícia militar.
Para o juiz Marcelo Semer, membro e ex-presidente da Associação de Juízes para a Democracia (AJD), afirma que o Estado corre o risco de assumir um trágico papel protagonista na usurpação da justiça.
"O incremento de execuções atribuídas à polícia, especialmente nas periferias, é altamente preocupante. Para o magistrado, se comprovadas as arbitrariedades, a Justiça acabará fragilizada. "Não se pode deixar impune qualquer crime que afronte as instituições, mas tudo que o Estado não pode é agir da mesma forma que facções criminosas, ou seja, fora da lei. Quando faz isso, não apenas se confunde com o crime, como usurpa a função da Justiça", critica ele.
Só no mês de julho, 47 pessoas foram mortas pela polícia no Estado em supostas resistências armadas, ou seja, 2,5 mortes por dia. 
No dia 18/07, duas perseguições policiais terminaram com duas mortes, nas cidades de São Paulo e de Santos. As vítimas foram um publicitário e um estudante. Na capital a perseguição foi registrada por câmeras. Em um carro preto estava um publicitário, de 39 anos. O que se vê em um vídeo são carros e motos da PM atrás dele.
O publicitário só parou quando foi cercado por um carro da PM, que vinha de frente. Eles chegaram a bater. Três policiais desceram e dispararam cinco vezes no parabrisa, mas nenhum dos tiros atingiu o motorista. O publicitário Ricardo Aquino foi morto por outros dois tiros, disparados da janela lateral. Segundo a perícia, a distância foi tão curta que os cartuchos que saltaram das armas, quando elas foram acionadas, foram parar dentro do carro.
Na cidade de Santos, 25 tiros. Só no vidro da frente nove. O motorista e o rapaz ao lado se abaixaram e não foram atingidos. No banco de trás, havia mais quatro jovens. Três foram baleados. Um deles, Bruno Vicente de Gouveia e Viana, de 19 anos, morreu.
Dois policiais que estão envolvidos na morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, já estiveram em confrontos durante abordagens policiais. Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, responde por duas resistências seguidas de morte - registrado também após supostos tiroteios. O outro é Adriano Costa da Silva, 26 anos, que respondeu por uma resistência seguida de lesão corporal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Elaborado a partir das fontes abaixo:

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Alagoas é o estado mais violento para jovens

Constatação é do ‘Mapa da Violência 2012’, que alerta para os índices da capital alagoana
Waldson Costa
A maior taxa de homicídios do país envolvendo pessoas de 0 a 19 anos está concentrada em Alagoas. A afirmação é do Ministério da Saúde (MS) - que, ao avaliar os números do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), expôs no relatório “Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil” que Alagoas detém um índice nada agradável, de 34,8 mortes por cada 100 mil habitantes.

O levantamento sobre homicídios de adolescentes e jovens aponta ainda que o índice de criminalidade em Alagoas era de 10,1 mortes em 2000. Comparado aos novos dados da pesquisa encabeçada pelo Ministério, registrou-se um crescimento de 244,6% na última década, evidenciando assim a escalada da violência no Estado.

No geral, segundo o relatório, o número de homicídios contra jovens, entre 2000 e 2010, representa 176.043 de todas as mortes. De acordo com o levantamento, a situação se agravou na última década, quando foram mortos mais de 84 mil jovens. Já entre 1980 e 2010, a taxa cresceu 346%.

Com 13 mortes para cada 100 mil habitantes, o Brasil é o quarto País entre as 92 nações do mundo monitoradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), superado apenas por El Salvador, Venezuela e Trinidade e Tobago.

O Estado considerado mais seguro, ainda segundo a pesquisa, é o Piauí, com 3,6 casos registrados para cada 100 mil habitantes. Já entre as capitais, Maceió e Vitória seguem apresentando as taxas mais elevadas: 79,8 e 76,8 assassinatos por 100 mil crianças e adolescentes, quase seis vezes acima da média nacional.

O relatório foi divulgado em comemoração aos 22 anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), completados na última sexta-feira (14).
http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=318174&e=12

Pastor é condenado a 27 anos de prisão por estuprar uma criança


O pastor evangélico Josuel Gonçalves de Sousa, de 45 anos, acusado de abuso sexual contra uma criança de 8 anos no Distrito Federal, foi condenado a 27 anos, sete meses e quinze dias de reclusão, em regime inicialmente fechado.
Segundo a sentença do juiz da 3ª Vara Criminal de Brasília, ele não tem direito de recorrer em liberdade por causa da gravidade dos atos praticados, pois o criminoso exercia uma “posição de destaque”, fato que “facilitava o contato com crianças e adolescentes
Josuel atuava na Igreja Batista Pentecostal Jeová Jireh, em Vicente Pires. Ele foi preso após agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) o investigarem por cerca de 120 dias.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Relatório do Congresso dos EUA denuncia lavagem de dinheiro no HSBC


 banco britânico HSBC colocou em risco o sistema financeiro americano ao se expor a possíveis atividades de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas ou ao financiamento do terrorismo, indicou nesta segunda-feira um relatório do Senado americano.
O relatório de uma comissão de investigação do Senado vinculada à Segurança interior destacou as "graves omissões" no sistema antilavagem da filial americana do HSBC, o HBUS, que não conseguiu - segundo os parlamentares - vigiar de forma eficaz as atividades suspeitas.
Desta forma, segundo os congressistas, o banco expôs o sistema financeiro americano a possíveis operações de lavagem de dinheiro da droga dos cartéis mexicanos. A filial mexicana transferiu, deste modo, cerca de 7 bilhões de dólares ao HBUS entre 2007 e 2008.
O HBUS também manteve relações financeiras com estabelecimentos bancários suspeitos de ter vínculos com supostas organizações terroristas. O informe de 330 páginas citou, deste modo, o banco saudita Al Rajhi Bank.
"Na era do terrorismo internacional, da violência vinculada à droga em nossas ruas e em nossas fronteiras, do crime organizado, deter o fluxo de dinheiro que apoia estes horrores é uma prioridade para a segurança nacional", escreveu em um comunicado o senador democrata Carl Levin, que preside a comissão.

Crise duplica número de espanhóis que decidiram emigrar


Madri, 17 jul (EFE).- A crise econômica que atinge a Espanha duplicou nos seis primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período em 2011, o número de espanhóis que decidiu se mudar para outros países.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), 40.625 espanhóis deixaram o país entre janeiro e junho, duas vezes a mais do que no mesmo semestre do ano passado, quando 18.274 o fizeram.

No total, o número de pessoas que saíram da Espanha para viver em outros países, entre estrangeiros e espanhóis, foi de 269.515 no primeiro semestre do ano, sendo que 228.890 deles eram imigrantes.

Além disso, entre janeiro e junho de 2012, chegaram à Espanha 178.021 estrangeiros, frente aos 203.624 do mesmo período no ano passado - 25.603 a menos.

O mês no qual mais espanhóis emigraram foi junho (7.444), seguido por março (7.362), maio (6.999), abril (6.651), fevereiro (6.217) e janeiro (5.952).

domingo, 15 de julho de 2012

Brasil tem 680 mil pessoas morando em áreas de risco


Dados divulgados ontem (2/7) pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) indicam que existem atualmente no País pelo menos 680 mil pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de deslizamento de terra ou inundações.
O levantamento faz parte do Programa de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais do Governo Federal, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, e implementado em parceria com instituições como o Serviço Geológico do Rio de Janeiro, o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Ministério da Integração Nacional.
Esse número ainda deve aumentar, uma vez que a CPRM monitorou, até agora, cerca de 140 municípios, número que chegará, até o final do ano, a 286 municípios, saltando para 821 em todo País até 2014, quando o projeto será concluído.
O diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, disse que, apesar do levantamento ter sido feito pelo órgão em apenas 140 municípios, já foram encaminhados para o Cemaden dados relativos a cerca de 180 cidades , uma vez que foram utilizadas informações já existentes em poder de outras instituições e que foram digitalizadas e geoprocessadas pela CPRM.
“O estudo comprovou, principalmente, que ainda temos muita gente morando em áreas de risco alto e muito alto. São áreas susceptíveis a desastres naturais. 680 mil pessoas moram atualmente em municípios com áreas consideradas de risco alto ou muito alto – susceptíveis a desastres naturais”, disse Sampaio.
Entre os municípios já analisados estão dois considerados críticos no Acre, 58 nos nove estados da Região Nordeste e o restante em todos os estados do Sudeste e Sul do País. “Embora tenhamos problemas em toda a parte, a situação mais critica é na Região Sudeste, em função da maior concentração populacional e da pressão da população, que leva à ocupação de encostas e morros que não deveriam estar ocupados por oferecem riscos de desabamento e deslizamentos de terra”, disse.
Na avaliação do presidente da CPRM, o principal problema é a utilização inadequada do território. “Se você utiliza uma área que não é própria para ser usada como moradia e o Estado deixa você utilizar, essa área não tem saneamento básico, não tem segurança e, neste caso, a favelização é também uma decorrência da má utilização de áreas impróprias”.

sábado, 14 de julho de 2012

Jovens na Espanha dizem bem alto: Todos com os Mineiros!

A situação de crise profunda do sistema capitalista atinge com força a Europa. Nos últimos dias, os mineiros espanhóis se levantaram junto com seu sindicato para defender seus postos de trabalho numa grande greve e resistem a uma dura repressão da polícia. Eles exigem que suas organizações lutem até o fim contra a política que tem atacado os trabalhadores espanhóis e marcham até Madrid para protestar por suas reivindicações. Eles vem de várias partes do país. Alguns chegaram a percorrer 400km para chegar na capital do Estado Espanhol
O processo de desindustrialização na verdade é um problema do sistema capitalista que acaba atingindo especialmente a classe trabalhadora. Desde 1951 foram fechadas várias minas pela Europa. Como é o caso de minas na Bélgica, Inglaterra, França. Alemanha e Polônia, por exemplo.
Na Espanha, a grande mina de carvão pública Hunosa passou de 27 mil trabalhadores para 1.800. A redução de empregados diminuiu especialmente após entrada do país na Comunidade Europeia (embrião da União Europeia).
O Governo Rajoy, submisso ao FMI e da União Europeia para que reduza o déficit faz cortes de todo tipo. A política levada pelas direções dos principais centrais sindicais é a do “dialogo social”  de acompanhamento da aplicação  dos planos de austeridade para “salvar” o sistema em colapso.
Jovens espanhóis do comitê por uma organização revolucionária da juventude, que junto com a JR e outras organizações edita o Boletim Internacional de Jovens lançaram uma nota de apoio aos mineiros e aproveitam a situação para se organizarem. Reproduzimos abaixo a nota do Comitê por uma Organização Revolucionária da Juventude:
“Juventude: TODOS COM OS MINEIROS!
A marcha dos mineiros é a ponta de lança da luta de todo o povo contra os cortes sociais, contra as subida das taxas, em defesa da Saúde e da Educação, a de toda a classe trabalhadora contra a reforma trabalhista e em defesa de suas conquistas. […]
Precisamos de uma organização
Quem representa a luta dos mineiros? Quem defende os jovens e os trabalhadores? Os que tem aprovado os planos de ajuste e aplicam ou apoiam na Andaluzia, Canárias, Estremadura ou Astúrias?
Para defender-nos precisamos ter uma organização própia de jove­ns, que não esteja à serviço dos que aplicam os cortes sociais. Que parta apenas das necessidades e os interesses da juventude, que lute pela unidade de trabalhadores e jovens para defender-nos dos que querem acabar com tudo o que se conquistou lutando durante anos.
Esta organização deve ser parte da luta por uma nova representação política da classe trabalhadora, que defenda suas reivindicações e conquis­tas, lute contra os planos de ajuste e ajude a organizar o amplo movimen­to de oposição à política de diálogo social dos dirigentes sindicais.
CONTRA TODOS OS CORTES E PLANOS DE AJUSTE
PELA UNIDADE DE TRABALHADORES E JOVENS
POR UMA ORGANIZAÇÃO REVOLUCIONARIA DA JUVENTUDE
 Comitês por uma Organização Revolucionária da Juventude”
Marcius Sidartha, é militante da JR no Distrito Federal

Lei de Acesso atende 84% dos pedidos


SÃO PAULO - A Controladoria Geral da União (CGU) divulgou neste sábado o balanço dos primeiros dois meses da Lei de Acesso à Informação. Foram protocolados 16.690 pedidos de informação e, segundo a CGU, o Executivo Federal respondeu a 84% dos requerimentos (14.311).
De acordo com Vânia, apenas 4,8% dos pedidos foram feitos por jornalistas. A maioria partiu de empresas e os dados mais buscados são os dos seguintes órgãos: Susep, INSS, Banco Central, Ministério do Planejamento e Correios.
A lei permite aos órgãos públicos que, no máximo, respondam aos requerentes em 30 dias. A média de espera pelas respostas, de acordo com a CGU, é de 9,42 dias.
Os dados foram divulgados por Vânia Vieira, diretora de Prevenção à Corrupção da CGU, durante o 7º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. De acordo com Vânia, 1.370 pedidos de informação foram negados pelo Executivo Federal e 45 casos foram levados à última instância, o próprio gabinete da CGU. Os principais motivos de negativas foram pedidos referentes a dados pessoais (533) e documentos sigilosos (138). Além disso, 1.130 pedidos não puderam ser respondidos, a maioria por ser sobre dados dos quais a União não dispunha.
A Lei de Acesso à Informação foi promulgada há dois meses, permitindo aos cidadãos a consulta a dados públicos por meio de requerimentos que devem ser formalizados junto às instituições. A lei abrange todas as esferas de poder público e as estatais.

E a liberdade de expressão no Paraguai?


Os golpistas do Paraguai censuram, demitem jornalistas e fecham rádios comunitárias com a cumplicidade da mesma mídia – local e mundial – que adora clamar cinicamente por “liberdade de expressão”. Nesta semana, a Federação Internacional dos Jornalistas (FIP) divulgou nota denunciando que “os trabalhadores da imprensa sofrem ameaças em seus postos de trabalho em função das opiniões que assumem publicamente” e que “o temor de perder o emprego opera mais forte do que a pior das censuras”.

Segundo Vicente Páez, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai, “os meios de comunicação privados reduziram os espaços dedicados às mobilizações contra a ruptura da ordem democrática”. Notícias sobre protestos em várias partes do país são censuradas e o governo e a mídia golpista vendem a imagem de que reina a paz. Já antes do golpe, a imprensa tentou criar um clima de pânico na sociedade. “As corporações midiáticas expressaram sua complacência com a destituição de Lugo”, afirma Páez.

Por sua vez, Alcides Villamayor, representante da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Paraguai, tem alertado que para o risco de um “cerco legal” contra estas emissoras. Em recente entrevista, Carlos Gómez Zelada, novo chefe da Comissão Nacional de Telecomunicações, anunciou que “200 rádios perderão as suas concessões”. Villamayor, que também é dirigente da Associação Paraguai de Comunicação Comunitária, garante que a liberdade de expressão está em perigo no país.

Um dos alvos principais dos trogloditas que usurparam o poder é a TV Pública do Paraguai. No mesmo dia da deposição de Lugo, em 22 de junho, Christian Vázquez, jagunço dos golpistas, visitou a sede da emissora, em Assunção, e exigiu que fosse tirado do ar o programa “Micrófono Abierto”. Ele não obteve êxito porque os trabalhadores resistiram e, na sequência, várias populares se concentraram na sede, que virou um dos principais polos de resistência ao golpe.

Gustavo Granero, vice-presidente da FIP, lembra que, além das constantes ameaças à TV Pública, a Rádio Nacional do Paraguai também deixou de exibir a sua programação habitual. Programas de organizações sociais, como a dos jovens e a dos migrantes no exterior, foram tirados do ar. Para ele, “é muito preocupante o que ocorre no Paraguai”. Governo e empresários censuram e a mídia monopolizada tornou-se o principal partido dos golpistas. Ele alerta para a urgência da solidariedade internacional.

Para o jornalista Washington Uranga, do diário argentino Página 12, não há mais liberdade de expressão no Paraguai. “Dezenas de repórteres, comunicadores sociais e produtores estão sendo demitidos da Rádio Nacional, da Televisão Pública, da agência de notícias oficial IP Paraguay e da Secretaria de Informação e Comunicação (Sicom). As demissões, sem causa justificada, apoiam-se em argumentos ideológicos e políticos. Além disso, os correios eletrônicos de muitos jornalistas sofreram inexplicável bloqueio”.

Com a perseguição aos meios públicos e comunitários de comunicação, a única voz que impera é a dos barões da mídia privada. “Os diários de maior circulação no país, ABC Color e Ultima Hora, foram permanentes instigadores do julgamento político contra Lugo e suas páginas justificam o golpe institucional. ABC pertence ao grupo Zuccolillo, tradicional aliado do Partido Colorado, que patrocinou o golpe e aspira chegar ao poder nas eleições de abril do próximo ano. Ultima Hora é do grupo Vierce, dono também da Telefuturo, La Tele e de dez rádios espalhadas por todo o país. Todos estes veículos atacaram, de maneira infundada, a Lugo”.

Diante deste quadro dramático, nenhuma corporação midiática – do Paraguai, do Brasil e da maior parte do mundo – condena os atentados à democracia e à liberdade de expressão. A direitista Sociedade Americana de Prensa (SIP) não dá os seus costumeiros chiliques, sempre dirigidos contra os governos progressistas da região. Os “calunistas” amestrados da TV Globo, Veja, Estadão ou Folha não se pronunciam sobre a censura, a demissão de jornalistas e o fechamento das rádios comunitários. São uns hipócritas!

sábado, 7 de julho de 2012

Escândalo da taxa libor pode ser um "golpe devastador"


A atual crise econômica mundial é filha do estouro financeiro de 2008. O resgate das principais instituições financeiras, os pacotes de estímulo fiscal e a recessão mundial conduziram à crise da dívida soberana com epicentro na eurozona. Os resgates de Grécia, Portugal e Irlanda serviram para evitar uma crise dos bancos e entidades credoras desses países. Na Irlanda, o Estado assumiu toda a dívida construída por seus principais bancos: o balanço fiscal passou do superávit de 2007 para um prejuízo equivalente a 32% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010.

O escândalo da manipulação da taxa interbancária Libor que estourou na semana passada é uma nova etapa desta longa crise do sistema financeiro. O escândalo envolve cerca de 20 grandes bancos internacionais e um mercado de cerca de 500 trilhões de dólares, quatro vezes o PIB dos Estados Unidos. Em entrevista à Carta Maior, o professor de Economia do Centro de Investigação de Mudança Sócio-Cultural (CRESC), da Universidade de Manchester, Michael Moran, assinalou que este escândalo pode ser um golpe devastador na frágil credibilidade do sistema financeiro internacional.

Há nove entidades reguladoras investigando a manipulação das taxas Libor. É um escândalo global, mas tem o mesmo potencial sistêmico que teve a quebra do Lehman Brothers em 2008?
A taxa Libor tem um impacto mundial. Ela determina a taxa pela qual se empresta aos bancos e isso, por sua vez, se transmite às taxas de juros pagas pelos consumidores e pelo mundo produtivo em seus empréstimos. Como Londres é o centro financeiro mais importante do mundo, juntamente com Nova York e Tóquio, uma manipulação dessa taxa afeta o sistema bancário no Brasil ou na Tailândia. Além disso, o escândalo expõe o nível de desregulação e descontrole com que operam os mercados financeiros.

O atual escândalo é um novo golpe na confiança de que necessita um sistema financeiro para existir. Acaba de começar, mas tem meses e mesmo anos pela frente. Nos Estados Unidos podemos ter uma catarata de demandas judiciais. No Reino Unido, reabriu em toda sua dimensão o debate sobre a regulação do sistema financeiro no momento em que ainda está se discutindo a nova lei, que até agora parecia uma versão muito aguada da proposta original. Acreditamos que agora vai aumentar muito a exigência para que as bancas comercial e especulativa fiquem claramente separadas.

Como se manipula uma taxa interbancária?
A taxa Libor não reflete o que os bancos estão fazendo no mercado. Ela reflete o que os bancos dizem. Os 16 bancos mais importantes de Londres dizem diariamente que taxa de juro pensam que terão que pagar por pedir dinheiro emprestado. A Associação bancária que coordena a valoração da taxa descarta as estimativas mais altas e as duas mais baixas, tirando uma média com o restante das estimativas dos bancos. Essa taxa média é o Libor que funciona como ponto de referência para a determinação da taxa pela qual os bancos vão emprestar dinheiro. A estimativa feita por cada banco não é arbitrária: ela tem que cair dentro de uma zona de credibilidade. Mas com o volume de operações em jogo, uma variação de 0,5% significa bilhões.


Tudo isso está ocorrendo paralelamente à crise da eurozona, na qual a vulnerabilidade do sistema bancário é muito clara. Pode haver um contágio deste escândalo que piore a situação dos bancos europeus? Pode haver uma repetição de 2008?
A crise europeia implicou uma contínua injeção de recursos para alavancar os bancos. Isso teve um forte impacto político nos países resgatados. Ao mesmo tempo, as intervenções do Banco Central Europeu (BCE) para alavancar os bancos resultaram na absorção de dívidas incobráveis dessas entidades. Em algum momento, o próprio BCE terá que dar conta dessas dívidas. O sistema é muito frágil. Seria uma estupidez descartar uma repetição do que ocorreu em 2008. Isso pode ocorrer de várias maneiras. A mais óbvia é a derrocada da eurozona. Um grande mistério é qual a situação real dos bancos britânicos face à essa situação. Sabemos que estão bastante expostos a Espanha, por exemplo. Não sabemos, porém, que impacto todo esse escândalo da taxa libor terá sobre o sistema financeiro britânico.