quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O caso de Sabóia é de polícia

O caso de Eduardo Sabóia não é diplomático.
É um caso de polícia.
Ao ajudar na fuga de um homem procurado pela polícia boliviana sob graves acusações, Sabóia ultrapassou todos os limites legais.
Na melhor das hipóteses, ele fez justiça com as próprias mãos.
Suas justificativas, até aqui, são confusas. Invocou até Deus. Disse ter ouvido, no trajeto de fuga, a voz de Deus.
Ora, para ficar no terreno das crenças religiosas, alguém poderia rebater que foi o diabo se fazendo passar por Deus.
Comparou a embaixada brasileira em La Paz ao Doi Codi, o lugar em que eram presos e torturados opositores da ditadura militar brasileira.
Alguém imagina que Molina, o acusado, vivesse em condições menos confortáveis que as de Julian Assange na embaixada equatoriana em Londres?
Jornalistas brasileiros preguiçosos que tentam fazer dele um mártir foram, em algum momento, descrever como era a vida de Molina na embaixada?
Assange não tem como pegar sol, por exemplo, na acanhada embaixada equatoriana perto da Harrods. Puseram um aparelho que compensa a falta de sol.
Também não tem como se exercitar, e uma esteira foi colocada ali para que ele mantenha a forma.
Molina estava em situação pior?
Quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington.
Sabóia disse que resolveu um problema político.
Ora, ele criou um grande problema com um desrespeito histórico ao governo de Evo Morales.
Onde estaria toda essa bravura se o detido fosse um americano acusado de crimes por Washington?
Molina não estava bem, psicologicamente? Assange está? Manning estava, em sua temporada numa solitária? Os presos sem julgamento de Guantánamo estão?
humanidade está?
Sabóia está fazendo chantagens, agora. Diz que tem mensagens capazes de incriminar outras pessoas.
Que as mostre, se tem – à polícia.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vaticano ocupa 8º lugar global em lavagem de dinheiro

A pesquisa foi realizada pela rede de organizações sociais francesas Voltaire, com base em dados fornecidos por autoridades alemãs e suíças. No ano passado, o Instituto de Obras da Religião (IOR), nome oficial do Banco do Vaticano, epicentro do problema, teria lavado cerca de 33 bilhões de dólares. Por Dermi Azevedo


O Vaticano ocupa o 8º lugar do mundo entre os países que lavam dinheiro sujo, oriundo da sonegação de impostos, da obtenção de lucros ilícitos, do tráfico de armas e de drogas, entre outras fontes criminosas. O Vaticano conseguiu deixar para trás, em matéria de lavagem de dinheiro, países como a Suíça, Bahamas, Liechtenstein, Nauru e as Ilhas Maurício. A pesquisa foi realizada pela rede de organizações sociais francesas Voltaire, com base em dados fornecidos por autoridades alemãs e suíças. No ano passado, o Instituto de Obras da Religião (IOR), nome oficial do Banco do Vaticano, epicentro do problema, teria lavado cerca de 33 bilhões de dólares. Esta informação tem um caráter aproximativo, porque ninguém (nem mesmo o papa) tem acesso ao balanço real da instituição bancária mais secreta do planeta.

O mais recente escândalo no banco foi a prisão do monsenhor Nunzio Scarano, ex-chefe de contabilidade do IOR que integrava a APSA, um organismo do IOR que gerencia o patrimônio da Santa Sé. É acusado de corrupção, calúnia e fraude pela polícia financeira italiana. O papa foi comunicado sobre a prisão de Scarano e ordenou à sala de imprensa do Vaticano que divulgasse uma nota, informando que o assessor já havia sido suspenso do seu cargo em maio deste ano. É acusado de transferir para o IOR um total de 20 milhões de euros, da Suíça para uma conta de armadores napolitanos. A Justiça italiana rejeitou, no sábado passado, o recurso do monsenhor Scarano. Ele continua preso domiciliarmente no Vaticano.

Manequim negro acorrentado no Pão de Açúcar gera revolta

Supermercado Pão de Açúcar causa revolta após instalar manequim negro com os pés acorrentados. Imagem de criança negra com grilhões nos pés, utilizada para decorar área destinada a produtos de panificação, foi considerada de extremo mau gosto nas redes sociais

Estátua de um manequim negro com os pés acorrentados, instalada na unidade do supermercado Pão de Açúcar, no bairro da Vila Romana, em São Paulo, está causando revolta nas redes sociais desde o dia 19 de agosto.
A comunidade negra se sentiu ofendida e considerou de extremo mau gosto a imagem de uma criança negra sendo utilizada para “decorar” a área destinada a produtos de panificação do supermercado. A foto foi publicada no perfil Mundo Negro, gerando uma enxurrada de comentários indignados.
Entre as razões para a revolta, a imagem da criança negra carregando um pesado cesto de pães faz apologia ao trabalho infantil, “já que o cesto é de proporções incompatíveis à estatura da criança e seria um sacrifício seja pelo tamanho ou pelo peso para ser carregado”, afirma o perfil.
Além disso, revotou a inclusão de grilhões no pé da criança, remetendo à escravidão, além da infeliz escolha, por usar uma criança negra nestas condições como objeto de decoração em uma área de grande circulação do supermercado.
Apesar de o perfil oficial da empresa no Facebook já ter se desculpado pela gafe e informado que o objeto já havia sido retirado da loja, os protestos – e críticas – na rede social continuam.
Em nota oficial distribuída no início da tarde, o Pão de Açúcar afirma que a estátua foi adquirida como parte de uma coleção de peças decorativas de loja, “sem intenção ou apologia a qualquer tipo de discriminação”. A empresa afirma que lamenta o fato ocorrido, “uma vez que pauta suas ações na ética, promoção e respeito à diversidade”.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ENTIDADES PEDEM "BOM SENSO" DE BARBOSA NO STF

Em nota conjunta, associações de classe da magistratura classificam de tratamento inadequado o do presidente do Supremo na sessão desta quinta-feira 15, quando Joaquim Barbosa acusou o colega Ricardo Lewandowski de fazer "chicana"; para Nelson Calandra, Nino Toldo e Paulo Shmidt, presidentes da AMB, Ajufe e Anamatra, "os Magistrados precisam ter independência para decidir e não podem ser criticados por quem, na mesma Corte, divirja do seu entendimento"; ao bater boca com o revisor da AP 470, Barbosa o impediu de votar
Representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) criticaram nesta sexta-feira (16), em nota conjunta, a postura do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, durante a sessão de ontem (15) no julgamento de recursos da Ação Penal 470, o processo do mensalão.
A sessão de ontem foi encerrada por Barbosa após discussão com o ministro Ricardo Lewandowski durante apreciação de recurso – embargo de declaração – do ex-deputado federal Bispo Rodrigues (PL-RJ). O presidente do Supremo criticava o colega por dificultar o andamento do processo. Durante o bate-boca, Lewandowski disse que o STF não devia ter pressa no julgamento, quando Barbosa respondeu: "Fazemos o nosso trabalho. Não fazemos chicana".
Sem citar o nome de Joaquim Barbosa, as entidades alegam na nota que o episódio afeta a imagem da Corte. "A insinuação de que um colega de Tribunal estaria a fazer 'chicanas' não é tratamento adequado a um membro da Suprema Corte brasileira. Esse tipo de atitude não contribui para o debate e pode influir negativamente para o conceito que se possa ter do próprio tribunal, pilar do Estado Democrático de Direito", destacaram.
No texto de repúdio, os presidentes da AMB, Nelson Calandra; da Ajufe, Nino Toldo; e da Anamatra, Paulo Schmidt, ainda alertaram que os magistrados precisam ter independência para decidir e não podem ser criticados por ter posições antagônicas na mesma Corte. "Eventuais divergências são naturais e compreensíveis em um julgamento, mas o tratamento entre os ministros deve se conservar respeitoso, como convém e é da tradição do Supremo Tribunal Federal".
A discussão entre os dois ministros começou quando Lewandowski tentava reabrir análise sobre a condenação por corrupção passiva do ex-deputado federal Bispo Rodrigues. Joaquim Barbosa argumentava que os recursos não permitiam "arrependimentos" ou mudança da pena. Após ser acusado de fazer "chicana", o ministro Lewandowski exigiu retratação, mas não foi atendido.
A chicana é um termo jurídico pejorativo, que diz respeito a manobras protelatórias, como a apresentação de recursos ou a discussão de aspectos irrelevantes, que visam somente ao prolongamento do processo, retardando a apresentação ou o cumprimento de uma sentença.

Leia abaixo a íntegra da nota:

Ministro do STF Luiz Fux recebe da Uerj sem trabalhar

Assim como o presidente do STF, Joaquim Barbosa, ministro Luiz Fux está como ativo no cargo de professor titular da Universidade, mesmo depois de ter sido nomeado para o Supremo, em outubro de 2011, diz denúncia do blog do jornalista Miguel do Rosário; em julho, recebeu da UERJ R$ 6.337,51. Em junho, R$ 9.351,14

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro parece não pagar honorários a apenas um ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com denúncia do blog O Cafezinho, do jornalista Miguel do Rosário, além do presidente da corte, Joaquim Barbosa, a instituição também paga para Luiz Fux. Os dois, claro, não atuam na Universidade, uma vez que ocupam o cargo de juízes no tribunal. Leia abaixo a íntegra do post d´O Cafezinho:

Fux recebe da UERJ sem trabalhar

Joaquim Barbosa, ainda ativo na UERJ, possivelmente está recebendo salários ou acumulando indevidamente pontos de aposentadoria. Não sou juiz ou policial. Apenas dei a informação. Se isto (o acúmulo de função e salário) é errado, especialistas mais gabaritados poderão opinar. O que eu sei é que o Regime Jurídico Único, o RGU, que rege o funcionalismo público, só permite a ausência do servidor por dois anos, no máximo.
Bem, seja como for, acabo de obter uma informação que ajuda a confirmar a denúncia sobre Joaquim Barbosa e a UERJ. Não foi difícil, confesso. Recebi um email de um leitor indicando-me um link do próprio governo do estado. E o que vi? Que o colega de Joaquim Barbosa, o ministro Luiz Fux, está "ativo" na UERJ e continua recebendo salários. Em julho, recebeu da UERJ um total de R$ 6.337,51. Em junho, recebeu R$ 9.351,14.
O leitor mesmo pode consultar o link: http://www.consultaremuneracao.rj.gov.br/
Digite FUX, e bingo.
Eu já conferi o CPF para ver se tratava do mesmo. É.
Também publico aí um documento mostrando que Fux é professor titular da UERJ desde 1995. Em outubro de 2001, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal de Justiça. A vaga de ministro do STF é ocupada a partir de 2011. Será que ele recebe salários da UERJ desde 2001? Desta vez, não vou calcular o acumulado dos salários recebidos por Fux desde 2001. Fica a cargo do leitor. Capaz de dar mais de R$ 1 milhão...
Se Luiz Fux recebe salários da UERJ mesmo sem trabalhar, e ganhando um salário líquido de R$ 27 mil no STF, então o mesmo pode estar acontecendo, ou ter acontecido, com Joaquim Barbosa, cujo status na UERJ também é "ativo", não?
A informação, reitero, está no site de pagamentos do governo do estado. Seria ainda mais grave se o governo estivesse lançando um salário no sistema e o servidor não o estivesse recebendo, porque aí seria caso de desvio de dinheiro público.

domingo, 18 de agosto de 2013

Comprovado: hambúrgueres do McDonald’s não são próprios para consumo humano

Jamie Oliver, em seu programa de televisão na BBC, demonstrou como o McDonald’s ‘lava’ as peças de carnes que não são aptas para o consumo com um agente antimicrobiano, o hidróxido de amônio, para poder usá-las como matéria-prima na preparação dos hambúrgueres.
“Estamos falando de carnes que teriam sido vendidas como alimento para cachorros e que após este processo são servidas para seres humanos. Além da qualidade da carne, o hidróxido de amônio é prejudicial à saúde”, disseOliver.
Depois de revelada esta ‘lavagem da carne’, a cadeia McDonald’s decidiu modificar sua receita, embora porta-vozes da companhia tenham negado que tenha sido em resposta à iniciativa do chef.
“Que ser humano, em seu juízo normal, colocaria um pedaço de carne encharcada em hidróxido de amônio na boca de uma criança?”, questionou Oliver.
Contudo, se você já comprou um hambúrguer do McDonald’s e esta informação o desorientou, não se preocupe, pode guardá-lo para comer depois, inclusive anos mais tarde, caso queira. Em abril passado, veio à luz a história de um cidadão estadunidense que conservou um sanduíche em perfeito estado: sem fungos, mofo e nem odor, durante 14 anos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Egito: banho de sangue faz milhares de vítimas

A polícia egípcia reprimiu violentamente, na quarta-feira (14), os acampamentos montados em duas praças do Cairo, a capital do Egito, por apoiadores do presidente Mohammed Mursi, deposto por um golpe de Estado em 3 de julho último. De acordo com Murat Ali, porta-voz do Partido da Liberdade e da Justiça, ao qual Mursi pertencia, cerca de mil manifestantes foram mortos e dez mil feridos. No entanto, o Ministério da Saúde confirma que 525 pessoas morreram e outras 3.717 ficaram feridas.
Há notícias de confrontos em outras partes do Egito. Em Suez, os apoiadores do presidente deposto reuniram-se diante do hospital Hamza e queimaram pneus na avenida Nasser, bloqueando o acesso a ela. Os choques com a polícia deixaram um morto e trinta feridos. O serviço de trens foi interrompido no país.
O governo declarou estado de emergência e toque de recolher entre 19h e 6h por trinta dias a partir desta quinta-feira, 15 de agosto. A ONU e vários líderes internacionais condenaram o ataque. A Anistia Internacional denunciou que a promessa de utilização de métodos letais só em último caso foi quebrada pelo governo egípcio.
A polícia acabou com um dos acampamentos pró-Mursi, na praça Nahda, e apertou o cerco em outro, na praça Rabaa al-Adawiya, onde atacou um hospital de campanha, impedindo o tratamento de feridos e tentando “atrapalhar a contagem do número de mortos”, segundo o porta-voz Ali. Mohamed al-Beltagi, líder da Irmandade Muçulmana, acusou o general Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas, de “levar o Egito à guerra civil”.
Protestos fomentados pelos EUA?
As manifestações no Egito, iniciadas em 2011, nunca cessaram, mas ganharam força em 30 de junho último, primeiro aniversário do governo Mursi. Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas exigir a renúncia do então presidente, acusado de “islamizar” a administração do Estado e de ter sido eleito por uma minoria (na verdade, manobras fizeram com que ele ganhasse as eleições com o voto de apenas 26% do eleitorado), além de promulgar uma Constituição ilegítima, aprovada por somente 32% dos eleitores e com forte viés religioso, violando os direitos dos não islâmicos e impedindo o estabelecimento do Estado laico. A crise financeira e a manutenção dos acordos com Israel foram outros motivos do descontentamento popular.
Três dias depois as Forças Armadas, lideradas por Al-Sissi, entraram em cena, depondo Mursi, afastando do poder os membros da Irmandade Muçulmana e nomeando um governo de transição, até que sejam convocadas novas eleições. Os defensores do ex-presidente, embora minoritários, decidiram também ir às ruas, em protesto contra a deposição. Choques e repressão a esses manifestantes, com mortos e feridos, têm sido comuns desde o início de julho, mas nenhum foi tão violento como o desta quarta-feira, um verdadeiro banho de sangue num país estratégico para as forças em confronto não apenas local, mas mundial – exatamente como acontece na Síria.

Contra corrupção tucana nos trens e metrôs, 4 mil ocupam o centro de São Paulo

População sai às ruas para denunciar o que a grande mídia não informa e cobrar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar desvios do governo


Contra a máfia do transporte público em São Paulo e a corrupção tucana, quatro mil manifestantes protestaram no centro paulistano na tarde desta quarta-feira (14). Milhares de trabalhadores/as, entre professores, metalúrgicos, petroleiros, químicos, bancários, municipais e outras categorias, reivindicam a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para apurar denúncias de fraudes nas licitações de obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

A CUT/SP, demais centrais sindicais, movimentos sociais, partidos políticos e grupos organizados levantavam cartazes contra o sucateamento do transporte público na cidade. A manifestação cobrou resposta do governo do PSDB sobre formação de um cartel pelas empresas Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, TTrans e Mitsui que, em troca de favores e contratos, teriam desviado recursos públicos e pago propina a políticos tucanos.

Os manifestantes se concentraram no Vale do Anhangabaú, fizeram protestos em frente ao Ministério Público do Estado e seguiram até a Secretaria estadual dos Transportes Metropolitanos, onde representantes do Sindicato dos Metroviários e do Movimento Passe Livre (MPL) entregaram uma carta de reivindicações cobrando apuração das denúncias de corrupção, punição dos responsáveis e redução das tarifas.

Secretário de Políticas Sociais da CUT/SP e dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep-SP), João Batista Gomes, afirma que o povo paulistano precisa entender com clareza as corrupções cometidas pelo PSDB nos últimos 20 anos. “Esta administração não atende às necessidades dos usuários, mas serve para dar lucro aos empresários. O sucateamento do metrô e do trem é reclamação cotidiana dos trabalhadores que merecem, no mínimo, que este dinheiro seja devolvido para investimento no transporte e para qualidade de vida da população”.

Na Alesp, a tropa de choque da Polícia Militar jogou bombas de gás lacrimogêneo e utilizou balas de borracha para conter os manifestantes - que sofreram ferimentos.

Se a mídia mente, o povo vai pras ruas

Durante a marcha, manifestantes queimaram catracas cenográficas, em uma performance que chamou a atenção da população transeunte, de jornalistas e fotógrafos. A grande imprensa estava presente para narrar os acontecimentos.

Para o dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Júlio César Silva Santos, as manifestações demonstraram a insatisfação do povo paulistano. “Sabemos que a grande mídia tenta esconder o caos diário nos metrôs e trens com superlotação, atrasos, acidentes e passagens caras. Eu mesmo vivencio isso todos os dias da zona leste para o centro. Saímos pras ruas para mostrar os prejuízos que o governo tem causado aos trabalhadores”.

Para Jade Percassi, da direção estadual do MST, a criação de uma CPI é o mínimo que deveria existir neste momento. “Esperamos que a pressão unificada dos movimentos consiga romper com a blindagem da mídia, que as investigações sejam levadas adiante e o governo receba o tratamento devido por suas ações”, concluiu. 

As irregularidades com dinheiro público no estado de São Paulo datam da década de 1990, percorreram os governos tucanos e chegam até a gestão atual, com 325 contratos assinados e o desvio de R$ 30 bilhões.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Justiça decide que crédito de celular não pode expirar

TRF entendeu que era enriquecimento ilícito de operadoras


A Justiça Federal proibiu as operadoras de telefonia móvel a estabelecer prazo de vencimento para os créditos usados em celulares pré-pagos. A decisão é válida em todo território nacional e começa a valer assim que as teles forem notificadas – seja por meio de um oficial de Justiça ou após publicação no “Diário Oficial”.
A mudança foi imposta pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas ainda cabe recurso. De acordo com o relator do processo, desembargador federal Souza Prudente, o prazo de validade é um confisco antecipado dos valores pagos pelo serviço. “Afigura-se manifesta abusividade (...) a medida impõe ao usuário de menor poder aquisitivo discriminação injustificada e tratamento não isonômico em relação aos demais usuários desses serviços públicos de telefonia”, disse.

O Sindtelebrasil, sindicato que representa as operadoras, informou que aguarda comunicado oficial da decisão para avaliar medidas cabíveis.

Em recurso ao Tribunal, o Ministério Público Federal sustentou que, além da manifesta afronta ao direito de propriedade e caracterização de enriquecimento ilícito por parte das operadoras, as referidas cláusulas contratuais são abusivas, pois implicam em indevido desequilíbrio na relação entre o consumidor/usuário e as operadoras que fornecem os serviços.

A legislação atual, via a Resolução da Anatel n.º 316/2002, beneficia as operadoras. Ela estabelece que, esgotado o prazo de validade, o serviço pode ser suspenso parcialmente, com bloqueio para chamadas originadas bem como para o recebimento de chamadas a cobrar, permitido o recebimento de chamadas que não importem em débitos para o usuário pelo prazo de, no mínimo, 30 dias. Vencido este prazo, o serviço poderá ser suspenso totalmente, com o bloqueio para o recebimento de chamadas pelo prazo de, no mínimo, 30 dias. Ao fim deste período, o contrato de prestação do serviço pode ser rescindido pela prestadora.

A Justiça Federal entendeu que essa regra prejudica o consumidor e a revogou em decisão anunciada ontem.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como a Globo manipula gente simples para defender sua visão predadora de impostos

O JN falando da carga fiscal é de um cinismo impressionante. 
A quem a Globos e amigos do Millenium enganam?
Uma reportagem do Jornal Nacional que está no canal do Millenium no YouTube é um clássico, desde já, do cinismo jornalístico.
O tema é impostos.
Brasileiros simples são usados pela Globo para provar uma mentira: que os impostos no Brasil são elevados.
Comparativamente, observada a carga tributária de outros países, não são. Estamos – lamentavelmente – mais para o México, nisto, do que para a Escandinávia.
Na Escandinávia, a carga tributária é de cerca de 50% do PIB. No Brasil, gira em torno de 35%. No México, o número é pouco acima de 20%. Queremos ser o que, Escandinávia ou México?
A verdadeira tragédia fiscal, no Brasil, é que grandes empresas como a Globo simplesmente levaram ao estado da arte a sonegação.
Ao mesmo tempo em que repórteres da emissora armavam a reportagem acima, corria na Receita um caso sonegação e trapaça da Globo que, em outros países, geraria vergonha pública e prisão.
É hoje amplamente conhecida, graças ao blog Cafezinho, que a Receita flagrou a Globo numa operação desonesta na compra dos direitos da Copa de 2002.
Apanhada em flagrante delito, foi multada pela Receita. A dívida total, em dinheiro de 2006, era de 615 milhões de reais, segundo documentos da Receita vazados para o blog.
A Globo, depois de tergiversar, admitiu o caso. Mas afirmou ter quitado a dívida. Jamais mostrou o darf, o recibo, e um novo vazamento da Receita afirmou que na verdade a dívida não fora paga.
Se não bastasse tudo isso, uma funcionária da Receita tentou fazer desaparecer a papelada do processo. Se fosse bem sucedida, isso significaria que a Globo, como que por mágica, estaria livre de uma dívida de 615 milhões de reais.
Na reportagem que figura no canal do Millenium no YouTube, somos obrigados a ouvir que o dinheiro do imposto constrói escolas, hospitais etc.
É verdade. Mas para a Globo é bom que se construa tudo aquilo e muito mais – desde que não seja com seu dinheiro.
Apenas para lembrança, nem sobre o papel utilizado para fazer o Globo e as revistas da casa a emissora paga imposto.
É o chamado “papel imune”, do qual se beneficiam as empresas de mídia que tanto falam em impostos elevados.
A Globo ainda se sente no direito de fazer extensas reportagens em que pessoas humildes são manipuladas.
A quem apelar?

domingo, 11 de agosto de 2013

Criminosos nazistas vivem e gozam de benefícios nos EUA

Pelo menos 10 supostos criminosos de guerra nazistas, que a Justiça dos Estados Unidos já ordenou deportar, na realidade nunca saíram do país, e está confirmado que quatro deles ainda vivem dentro do território nacional.
Trata-se de Vladas Zajanckauskas, que está em Sutton, Massachusetts; Theodor Szehinskyj, em West Chester, Pensilvânia; Jakiw Palij, em Nova York; e John Kalymon de Troy, em Michigan, de acordo com uma reportagem divulgada nesta quarta-feira (31) pela emissora a cabo Fox News.
Todos residem nessas áreas há anos, desprovidos de cidadania e sob pedidos de deportação, mas têm desfrutado da vida ao lado de suas famílias.
Também recebem o direito à Segurança Social e outros benefícios públicos.
Washington pode deportar pessoas caso existam provas que demonstrem seu envolvimento nos crimes de guerra nazistas; no entanto, não pode as levar a tribunais federais porque seus crimes não foram cometidos em solo estadunidense.
A responsabilidade de julgar cairia sobre os países onde se cometeram os delitos, mas o maior obstáculo tem sido a falta de vontade política dos países da Europa para aceitar os deportados, indicou a Fox.
Há mais de 30 anos o Departamento de Justiça criou um escritório para encontrar e expulsar suspeitos nazistas.
Estima-se que 20 morreram enquanto seus casos estavam pendentes. Em outros 20 casos, as autoridades norte-americanas dizem não seguir ou fazer cumprir as ordens de repatriação, em alguns casos por problemas de saúde dos implicados, destacou um relatório de 2008 do Departamento de Justiça.
Em determinados casos o governo dos Estados Unidos comprometeu-se, ademais, a não apresentar um processo de deportação, ao contrário do realizado em outras investigações, apontou o documento.

Recusa de jovem israelense levanta discussão sobre serviço militar obrigatório

Eyal Yablonko, de 18 anos, se negou a servir o exército por discordar da política de ocupação dos territórios palestinos

Quando completou 18 anos, idade com a qual os jovens israelenses abandonam suas casas para cumprir o serviço militar obrigatório, Eyal Yablonko se recusou a seguir a tradição e dessa forma se juntou a um pequeno grupo de cidadãos do país que se nega a ir para o exército. Há três semanas preso em uma cadeia militar como punição, o rapaz justificou a decisão declarando ser contra a ocupação dos territórios palestinos.

No momento, ele está incomunicável. De acordo com a advogada de Yablonko, Rawan Eghbariah, ojovem sustenta razões politicas e pacifistas. “Ele é contra o militarismo, em geral, e também contra a situação politica específica da ocupação", disse a Opera Mundi. Yablonko já foi julgado duas vezes por tribunais militares. Na primeira, foi condenado a 10 dias de prisão e na segunda, a 20.

De acordo com a linha adotada em outros casos como o dele, o Exército tenta pressionar os jovens que se recusam a prestar serviço militar por meio de sucessivos julgamentos. Em um episódio anterior ao de Yablonka, Natan Blanc ficou preso durante 6 meses e foi julgado 10 vezes. O israelense foi solto em junho deste ano após uma "comissão de incompatibilidade" o classificar como "inadequado" para servir o exército. Em Israel, já houve casos de jovens que se recusaram por razões politicas e passaram dois anos em prisões militares.

pioneiro em recusar o serviço militar foi Giyora Neumann, em 1971. Ele era contra a ocupação. Desde então, houve casos isolados até a primeira Guerra do Líbano, em 1982, quando a recusa se tornou um fenômeno mais amplo, com a criação do movimento Yesh Gvul (em hebraico o termo tem dois significados – Existe uma Fronteira ou Existe um Limite). O grupo, fundado por soldados da reserva durante a guerra, incentivou soldados a se negarem a lutar no Líbano. Naquela época, cerca de dois mil reservistas não participaram da guerra – 200 foram presos.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/30488/recusa+de+jovem+israelense+levanta+discussao+sobre+servico+militar+obrigatorio+.shtml

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

DCE da Unifesp quer saber: Quem matou o Ricardo?

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo vem a público relatar e se posicionar diante dos fatos ocorridos desde quarta-feira na Vila Mathias, em Santos-SP.
Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central, na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, aonde os policias afirmaram que levariam o funcionário.
Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que eles estariam na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policiais e o funcionário, foram avisados pelos próprios policiais que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência, pois “admitiu” que não fora agredido.
Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e, a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.
Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados pelo Ricardo que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.
Na quinta-feira (01/08) à noite, viaturas com homens não fardados de cabeça pra fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem, “seria pior”.
Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram o Ricardo na frente de sua casa com oito tiros.
Na segunda-feira, 05/08, houve uma roda de conversa no campus sobre o caso puxada pela Congregação. A direção teve momentos vergonhosos, dizendo, por exemplo, que “o caso aconteceu da porta pra fora”, ou ainda, sob risos, que “os terceirizados são tratados da mesma forma que os demais servidores”.
Isso acontece num contexto em que o país ainda se pergunta “Onde está o Amarildo?” e em que a Baixada Santista enfrenta grupos de extermínio matam a juventude com um único critério: a vítima é pobre, preta e periférica.
Sabemos que a polícia não garante a segurança da maioria da população. Pelo contrário, sendo um dos braços do Estado, ela institucionaliza o controle social e exerce a repressão contra os trabalhadores, principalmente os negros e pobres.
As políticas de segurança pública criminalizam qualquer ato resistente às imposições que seguem a lógica do mercado, suas elites e do governo. Não é essa segurança que queremos, que nos oprime, reprime e nos explora! Defendemos a desmilitarização da policia e uma segurança publica a serviço dos trabalhadores e não das propriedades privadas!
O Diretório Central dos Estudantes não se calará e se manterá em luta, junto da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora contra a truculência e a violência policial contra a população pobre e trabalhadora.
Não nos calaremos até que seja respondida a pergunta: QUEM MATOU O RICARDO? E até que o Estado seja responsabilizado pelos seus crimes.
06 de agosto de 2013
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São Paulo

Cadê Amarildo?

O grito das ruas em busca de respostas sobre o destino de um pedreiro. Amarildo desapareceu após ser abordado por policiais da “Unidade de Polícia Pacificadora”

O destino do governador Sérgio Cabral se cruzou com o de um pedreiro.
No último dia 14, Amarildo de Souza, morador da Rocinha, desapareceu depois de ser levado por policiais para uma UPP. Implantadas pelo secretário José Mariano Beltrame, as Unidades de Polícia Pacificadora eram a solução para o crime no Rio. Três anos mais tarde, a polícia continua a polícia e a possível candidatura de Beltrame a governador ficou para as calendas.
Cadê o Amarildo?
Da favela, essa pergunta passou a ser gritada pelos manifestantes acampados na frente da casa de Cabral. Do acampamento, foi para a cidade.
A mulher dele, Elisabete Gomes da Silva, não crê na possibilidade de seu marido ser encontrado com vida. “Tenho certeza de que meu marido está morto. Já procuramos em todos os lugares e nada”, disse.
O governo ofereceu proteção e apoio. Mas ela tem consciência de que isso é, basicamente, uma ficção.
“Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo de que, quando a poeira baixar, os policiais possam fazer uma maldade contra mim e minha família. Não estou dormindo nem na minha casa, com medo de chegar à noite e me matarem”, afirmou.
Amarildo ganhava 300 reais por mês numa obra em Copacabana. Tem seis filhos. Seu apelido, “Boi”, se devia ao fato de ser forte e capaz de carregar nos ombros quem precisasse descer ao asfalto. Voltava de uma pescaria quando foi abordado por quatro PMs. Na 15ª DP, após a “averiguação”, teria sido liberado.

sábado, 3 de agosto de 2013

Juízes Federais querem investigação sobre empresa de Joaquim Barbosa

Associação dos Juízes Federais do Brasil considera caso “gravíssimo, do ponto de vista ético”

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) se manifestou sobre a empresa criada na Flórida, Estados Unidos, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, para adquirir um apartamento na cidade de Miami, que tem como sede o imóvel funcional onde ele mora. Para o presidente Ajufe, Nino Toldo, o fato de a empresa estar sediada no imóvel funcional que Barbosa ocupa “é gravíssimo, do ponto de vista ético”.
Segundo ele, “não é dado a nenhum magistrado, ainda mais a um ministro do Supremo, misturar o público com o privado”. E completou: “Dos magistrados, espera-se um comportamento adequado à importância republicana do cargo, pois um magistrado, seja qual for o seu grau de jurisdição, é paradigma para os cidadãos”. Questionada a respeito da abertura de procedimento para averiguar a regularidade da operação, a Procuradoria-Geral da República não se manifestou.
A Ajufe defende a apuração “rigorosa” acerca das duas situações. “Um ministro do STF, como qualquer magistrado, pode ser acionista ou cotista de empresa, mas não pode, em hipótese alguma, dirigi-la”, afirmou o presidente da entidade, Nino Toldo, referindo-se ao artigo 36 da Lei Complementar 35. “Essa lei aplica-se também aos ministros do STF. Portanto, o fato de um ministro desobedecê-la é extremamente grave e merece rigorosa apuração”, ressaltou Toldo.
Além disso, o fato contraria o Decreto 980, de 1993. Segundo o Ministério do Planejamento, o inciso VII do artigo 8º da norma – que rege a ocupação de imóveis funcionais – estabelece que esse tipo de propriedade só pode ser usado para “fins exclusivamente residenciais”.
Nos registros da Assas JB Corp., pertencente a Barbosa, no portal do estado da Flórida, nos Estados Unidos, consta o imóvel do Bloco K da SQS 312 como principal endereço da companhia usada para adquirir o apartamento em Miami – conforme informado pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo passado. As leis do estado norte-americano permitem a abertura de empresa que tenha sede em outro país. A Controladoria-Geral da União (CGU) também assegurou que o Decreto 980 não prevê “o uso de imóvel funcional para outros fins, que não o de moradia”. O presidente do STF consta, ainda, como diretor e único dono da Assas JB Corp. A Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar 35, de 1979), a exemplo da Lei 8.112/90, do Estatuto do Servidor Público Federal, proíbe que seus membros participem de sociedade comercial, exceto como acionistas ou cotistas, sem cargo gerencial.

A agonia da Editora Abril

Ao contrário de outras crises da mídia impressa, desta vez o caso é terminal.

A comunidade jornalística está em estado de choque pela carnificina editorial ocorrida na Editora Abril.
Mas eis uma agonia anunciada.
Revistas – a mídia que fez a grandeza da Abril – estão tecnicamente mortas, assassinadas pela internet.
Os leitores somem em alta velocidade. Quando você vê alguém lendo revistas (ou jornal) num bar ou restaurante, repare na idade.
Jovens estão com seus celulares ou tablets conectados no noticiário em tempo real.
Perdidos os usuários, foi-se também a publicidade. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, a mídia digital já deixou a mídia impressa muito para trás em faturamento publicitário.
E no Brasil, ainda que numa velocidade menor, o quadro é exatamente o mesmo. Que anunciante quer vincular sua marca a um produto obsoleto, consumido por pessoas “maduras”.
Apenas para lembrar, no mundo das revistas, nunca, em lugar nenhum, funcionou publicitariamente revista para o público “maduro”.
Sucessivas revistas para mulheres “de meia idade” em diversos países fracassaram à míngua de anúncios. O anunciante quer o jovem no auge do consumo. É um fato.
Crises as editoras de revistas enfrentaram muitas. Mas esta é diferente. Desta vez, o caso é terminal.
Antes, e eu vivi várias crises em meus anos de Abril, você sabia que uma hora a borrasca ia passar.
Agora, você olha para a frente e observa apenas o cemitério.
Sobrarão, no futuro, algumas revistas – mas poucas, e de circulação restrita porque serão um hábito quase tão extravagante quanto se movimentar em carruagem.
Na agonia, o que companhias como a Abril farão é seguir a cartilha clássica: tentar extrair o máximo de leite da vaca destinada a morrer.
Para isso, você enxuga as redações, corta os borderôs, piora o papel, diminui as páginas editoriais e, se possível, aumenta o preço.
É uma lógica que vale mesmo para títulos como Veja e Exame, os mais fortes da Abril. Foi demitido, por exemplo, o correspondente da Veja em Nova York, André Petry.
Grandes revistas da Abril, como a Quatro Rodas, passaram agora a não ter mais diretor de redação.
Em breve deixará de fazer sentido uma empresa que encolhe ficar num prédio como o que a Abril ocupa na Marginal do Pinheiros, cujo aluguel é calculado entre 1 e 2 milhões de reais por mês.
É inevitável, neste processo, que a empresa perca o poder de atrair talentos. Quem quer trabalhar num ramo em extinção?
Os funcionários mais ousados tratarão de sair, em busca de carreiras em setores que florescem.
Ao contrário de crises anteriores para a mídia impressa, esta é, simplesmente, terminal.
Corre o boato de que a empresa será vendida. Mas quem compra uma editora de revistas a esta altura? Recentemente, no Reino Unido, correu o boato de que o proprietário dos títulos Evening Standard e Independent estaria vendendo seus jornais. Numa entrevista, isso lhe foi perguntado por um jornalista. “Mas quem está comprando jornais?”, devolveu ele.
É um cenário desolador – e não só para a Abril como, de um modo geral, para toda a mídia tradicional, incluída a televisão.
A internet é uma mídia que se classifica como disruptora: ela simplesmente mata. O futuro da tevê está muito mais na Netflix ou no Youtube do que na Globo.


Programa “Maus Médicos”: em SP, eles entram, batem o ponto e vão embora

O repórter Fábio Brilhante, do SBT, e sua equipe montaram uma “campana” à porta da maternidade pública Leonor Mendes de Barros, na zona leste de São Paulo e mantida pelo Governo do Estado, durante alguns dias. E flagraram diversos médicos que entram, batem o ponto eletrônico e , menos de 15 minutos depois, embarcam em seus carros e vão embora.
A cena foi gravada em diversos dias, sempre da mesma forma. Abordados, os médicos gaguejaram desculpas como estarem indo tomar um café ou terem vindo ver um paciente.
Repetem, de maneira presencial, o caso dos dedos de silicone usados para bater o ponto em uma unidade de saúde em Conselheiro Ferraz.
Entende-se que, agindo dessa maneira, estes doutores sejam inimigos mortais de um programa de contratação de médicos para as periferias e municípios do interior.
Repugnante. Assista:
Entende-se que, agindo dessa maneira, estes doutores sejam inimigos mortais de um programa de contratação de médicos para as periferias e municípios do interior.
Repugnante. Assista:

Malafaia defende pastor bandido

Em vídeo, ele pede que seus fieis não façam nada contra pastores ladrões e pilantras porque são “ungidos do Senhor”.

“Quem é que toca no ungido do Senhor e fica impune? Ungido do Senhor é problema do Senhor. Teu pastor é ladrão? Teu pastor é pilantra? Sai de lá e vai pra outra igreja. Não se mete nisso porque não é da sua conta”.
“Não toca em ungido que é problema. Já vi gente morrer por causa disso”.
Silas Malafaia conseguiu mais uma vez. Num de seus cultos, fez uma chantagem com seus seguidores. Disse a eles, basicamente, que não façam nada se o sujeito que estiver ali no púlpito for um bandido.
O “ungido do Senhor”, supõe-se, está acima da lei. Pode roubar, mas isso é problema exclusivo dele. Pode praticar a pilantragem que for, mas ninguém tem nada com isso. Só Deus poderia tomar uma atitude.
O neopentecostalismo de Malafaia oferece um salvo conduto a maus caracteres? Ele não defende explicitamente que sua plateia roube ou cometa crimes. Mas o líder da seita tem um estatuto especial que lhe permite ser bandido.
É a carteirada do Malafaia.
Fora tudo, falta a SM ler a Bíblia. São Pedro falou o seguinte: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem. Honrai ao rei”.
Pedro viveu, segundo a tradição, sob Nero. Ou seja, mesmo que Nero esteja no governo, o cristão deve respeitar as leis. Pedro pregou isso durante um império que o perseguiu e martirizou (morreu crucificado de cabeça para baixo em Roma).
Na estranha teologia de Malafaia, sua gangue está liberada para qualquer coisa. E quem abrir o bico já sabe o que acontece, mano.