A presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Laura Dupuy, condenou nesta segunda-feira o fim das colaborações com o órgão por ter sido aberta uma investigação sobre o impacto dos assentamentos judeus sobre a população palestina.
Dupuy afirmou que a resolução sobre as colônias judaicas na Cisjordânia foi uma das 40 aprovadas pelo conselho na última quinta (22). A presidente do grupo ainda ressaltou que a medida foi aprovada por todos os 47 países do grupo, menos os Estados Unidos.
"Não tenho dúvidas que é do interesse de Israel cooperar com a comissão investigadora do Conselho de Direitos Humanos. Deste modo, poderia explicar suas políticas e ações na região".
Apesar do anúncio da saída, a diplomata elogiou a participação israelense no conselho, assim como a contribuição nos debates sobre a situação de direitos humanos em países como Líbia e Síria.
ROMPIMENTO
Israel anunciou nesta segunda o rompimento dos seus contatos com o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que na semana passada decidiu investigar os assentamentos judaicos da Cisjordânia.
O rompimento, anunciado pela chancelaria de Israel, implica que os investigadores da ONU não poderão realizar seu trabalho pessoalmente no território israelense ou na Cisjordânia, que é um território palestino ocupado por Israel.
"Não estamos mais trabalhando com eles", disse o porta-voz Yigal Palmor. "Estávamos participando de reuniões, discussões, arranjando visitas a Israel. Tudo isso acabou."
A investigação internacional, solicitada pela Autoridade Palestina, foi aprovada na quinta (22), e o único país do conselho a votar contra foram os Estados Unidos. Líderes israelenses disseram que o conselho age de forma hipócrita e tendenciosa contra Israel.
"Eles sistemática e serialmente tomam todo tipo de decisão e condenação contra Israel sem nem simbolicamente considerarem as nossas posições", queixou-se Palmor.
Segundo ele, Israel vai continuar cooperando com outros órgãos da ONU.
'ORGANISMO HIPÓCRITA'
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou imediatamente "a hipocrisia" do Conselho de Direitos Humanos e o Ministério das Relações Exteriores chamou a decisão de "surrealista".
O chefe da diplomacia, Avigdor Lieberman, já havia dado a entender que Israel deixaria de cooperar com esta instância das Nações Unidas.
"Este organismo hipócrita não tem nada a ver com os direitos humanos. A tomada de partido e falta de objetividade são evidentes, e não temos nenhuma razão para cooperar com ele", afirmou Lieberman.
"Não seremos atores neste teatro do absurdo, já que 70% das decisões deste Conselho são hostis a Israel. Pretendemos pedir aos países livres, como Estados Unidos, que se retirem", disse.
Israel não integra o Conselho, mas tem o direito de expressão sob algumas condições. Não pode votar nem apresentar moções. A Autoridade Nacional Palestina do presidente Mahmoud Abbas recebeu como uma vitória a decisão do Conselho.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067504-onu-lamenta-ruptura-de-israel-no-conselho-de-direitos-humanos.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário