sexta-feira, 19 de abril de 2013

Milhares fazem greve de fome no Dia do Prisioneiro Palestino

Manifestações pela libertação de presos palestinos rejeitam detenções administrativas e acusam Israel de negligência médica

Cerca de 3 mil palestinos que estão em prisões israelenses rejeitaram nesta quarta-feira (17/04) comer e beber por conta do Dia do Prisioneiro Palestino e em solidariedade a Samer Issawi, em greve de fome desde agosto.

Ziad Abu Ein, do Ministério de Assuntos dos Presos da ANP (Autoridade Nacional Palestina), elevou o número de grevistas para cerca de 4.900, ou seja, praticamente todos os palestinos repartidos em mais de 27 prisões e centros de detenção israelenses.

Abu Ein explicou que o objetivo da greve de um dia é pressionar as autoridades israelenses para que reconsiderem a detenção administrativa, que permite aos tribunais militares israelenses nos territórios ocupados prender pessoas sem apresentar acusações e com base em provas secretas que nem o preso e nem seu advogado conhecem.

Dos cerca de 5 mil reclusos - considerados presos políticos pelos manifestantes -, 110 estão presos desde antes da assinatura dos Acordos de Oslo em 1993, cuja libertação é exigida pela ANP, e 50 estão detidos há mais de 25 anos, segundo dados divulgados pela APP (Associação de Presos Palestinos). Além disso, 235 seriam crianças e 14, mulheres.

Na prisão de Hadarim, ao norte de Tel Aviv, e com cerca de 150 reclusos palestinos, a greve não é somente de um dia, mas permanente até conseguir a libertação de Issawi, que foi detido novamente pouco após ser liberado em outubro de 2011 na troca de mil presos palestinos pelo soldado israelense Gilad Shalit, mantido refém pelo Hamas na Faixa de Gaza.

Issawi pediu hoje, em carta aberta, a transformação do dia de apoio aos presos em um "dia de fúria e solidariedade". "Peço para nossa nação árabe e muçulmana, assim como aos povos livres do mundo, que transformem 17 de abril de 2013 em um dia de fúria e solidariedade com os presos palestinos no mundo todo", diz a carta, divulgada através de seu advogado, segundo a agência palestina Ma'an.

Segundo a correspondente da Al Jazeera em Ramallah, Nisreen el Shamayleh, desde o início da ocupação israelense em 1967, cerca de 800 mil palestinos foram presos em algum momento. “É uma questão crucial para a maior parte de famílias palestinas, uma vez que já tiveram alguma vez membros da família em prisões israelenses”, disse.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/28420/milhares+fazem+greve+de+fome+no+dia+do+prisioneiro+palestino.shtml

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