sexta-feira, 29 de junho de 2012

Imigrantes africanos protestam em Israel contra política de deportação

Cerca de três mil imigrantes da Eritréia se concentraram nesta sexta-feira (29/06) em frente à embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv para protestar contra a recente política de Israel deportação em massa de imigrantes e o racismo que enfrentam na sociedade israelense. 
Com cartazes escritos “Nós queremos proteção”, “Não a deportação” e “EUA nos salvem”, os manifestantes pediram apoio ao governo norte-americano. "Nós exigimos que os Estados Unidos pressionem Israel para prevenir a violação de nossos direitos”, ativistas informaram ao portal de notícias local YNews.

Os manifestantes desejam ser classificados como refugiados e não imigrantes, pois isto impediria a sua deportação e lhes daria direito a trabalho e a serviços de segurança social. No entanto, as atuais regras seguidas por Israel não permitem sua elegibilidade ao estatuto de refugiado.  
“Nós não viemos aqui por uma refeição de graça, nós queremos asilo. Nós estamos sendo muito mal tratados e não estão nos permitindo trabalhar. Mas, nós não podemos voltar para a Eritréia, porque seria muito perigoso. Vocês têm que entender que um regime ditatorial governa o país e qualquer um que voltar, estará em perigo”, explicou outro ativista ao portal YNews.   
Os imigrantes da Eritréia temem que lhes possa acontecer o mesmo do que com os sul-sudaneses. No último dia 17, Israel iniciou a deportação do primeiro grupo de imigrantes africanos. Os 120 sul-sudaneses embarcaram para Juba à noite, após passarem cerca de uma semana apreendidos pela Imigração israelense.
Com a criação do Sudão do Sul, a comunidade de sudaneses dessa região, anteriormente controlada pelo governo do Sudão, e que imigraram para Israel fugindo da violência – especialmente em Darfur –, estaria automaticamente pronta para voltar.  Com isso, Israel repatriou essa semana mais de 100 sul-sudaneses em situação irregular, ação autorizada na semana passada por um tribunal.
Grande parte da sociedade israelense apoia a expulsão de mais de 30 mil africanos que vivem no sul de Tel Aviv. “Fora todos! Voltem! O que fazem além de roubar e assediar as mulheres? Desde que chegaram essa parte da cidade parece um lixão a céu aberto. Olhe ao redor e me diga se não dá nojo”, gritou um morador para a reportagem do Opera Mundi.

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