domingo, 21 de julho de 2013

“Manuais da ditadura estão vigentes”, diz Maria do Rosário

Segundo ministra de Direitos Humanos, taxa de homicídio e superpopulação carcerária constituem as maiores violações no País

As manifestações que mexeram com o País em junho expuseram não apenas o caráter repressor da Polícia Militar, mas também o potencial da instituição de ampliar a violência, em vez de enfrentá-la. O alerta é de Maria do Rosário (PT), ministra da Secretaria de Direitos Humanos. “É extremamente preocupante que as polícias continuem abordando a juventude de forma violenta, sempre como suspeitos, revelando que os manuais de inquérito e abordagem do período da ditadura continuam vigentes”, afirmou em entrevista a CartaCapitalao sublinhar que a “segurança pública é um direito humano”.
Deputada federal pelo Rio Grande do Sul antes de assumir a secretaria no início do governo Dilma, Maria do Rosário diz que, apesar de o governo petista ter enfrentado a pobreza extrema e promovido a mobilidade social, o Brasil ainda não colheu bons resultados na diminuição no número de mortes por causas violentas. “Isso significa que a mortalidade por causas violentas não está unicamente vinculada à dimensão social e econômica, mas à capacidade de produzir uma cultura de valorização da vida e da juventude, e o país está fazendo um caminho na contramão.”
Apesar de afirmar que o governo nunca deixou de lado o trabalho com os movimentos sociais e a inserção dos direitos humanos na agenda de combate à pobreza, a ministra reconhece que a aproximação da presidenta Dilma Rousseff com os tais movimentos se intensificou nas últimas semanas, em resposta à pressão e às reivindicações das ruas. “O contato direto com setores da sociedade organizados e também com os não organizados é responsabilidade de um governo", disse.
Na manhã desta quinta-feira 18, a ministra lembrou ainda, na conferência 2003 – 2013: Uma Nova Política Externa, na Universidade Federal do ABC, que os índices de homicídio no Brasil (27,4 para cada 100 mil habitantes) configuram, ao lado da superpopulação de 550 mil encarcerados as mais graves violações de direitos humanos que hoje “envergonham” o País.
Confira os principais trechos da entrevista:

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