sábado, 8 de setembro de 2012

Açúcar acelera o envelhecimento


Açúcar destrói as fibras de sustentação da pele. Saiba como evitar esse processo.


Envelhecer é tabu, mas não adianta: cedo ou tarde, essa fase natural da vida chega para todo mundo. Se você é aficionado em alimentos ricos em açúcar então, prepare-se: esse é o terreno perfeito para a chegada precoce da pele enrugada, flácida e com fortes marcas do tempo.
Os "doces momentos" são verdadeiras armadilhas que turbinam o processo de envelhecimento. Isso porque o açúcar destrói as fibras de sustentação da pele por estimular a glicação - processo bioquímico que resulta na formação de produtos de glicação avançada (AGEs, na sigla em inglês -advanced glycation endproducts).
Esse processo acontece quando uma molécula de açúcar em excesso - seja por aumento da ingestão, seja por lentidão do metabolismo - adere a uma molécula de proteína (colágeno, elastina, etc.). Daí surgem os AGEs, uma classe de moléculas heterogêneas que altera a estrutura das proteínas. "Isso impede a eficácia no desempenho das funções das proteínas na pele. Além disso, os AGEs são fábricas de radicais livres que se acumulam ao longo do tempo, deixando o organismo como um todo mais envelhecido", explica a nutricionista especialista em Nutrição Clínica Funcional, Roseli Rossi.
A glicação também aumenta com a idade, conforme alerta o médico endocrinologista e membro da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento (Abmae) e da Academia Internacional de Medicina Antienvelhecimento (Iaam, na sigla em inglês), Tércio Rocha. "O corpo perde as reservas de antioxidantes. Além disso, o consumo de açúcares e a exposição a fatores glicantes (sol, temperatura elevada, álcool, etc.) é ainda mais prejudicial."
A solução já é bem conhecida: hábitos alimentares saudáveis, atividade física e controle emocional são fatores essenciais para o combate a esse envelhecimento.
Riscos
O acúmulo de AGEs no corpo causa deterioração proteica, envelhecimento, intoxicação e bloqueio metabólico. Os danos celulares podem levar até mesmo ao comprometimento da função dos órgãos. Os altos índices glicêmicos provocam um processo inflamatório generalizado nos vasos sanguíneos, afetando mais os capilares terminais (de menor calibre), o que leva à acidez do tecido, provocando rugas, ressecamento e flacidez da pele e celulite.
No Brasil, o açúcar mais popular é o extraído da cana. Quando digerido, ele se transforma em glicose e frutose, que, em excesso, são extremamente prejudiciais à saúde e podem provocar, além do envelhecimento, vários distúrbios, como o diabetes tipo 2 e o aumento da gordura corporal.
Um outro alerta é a importância da redução da farinha refinada, que entra na receita de quase todos os doces e gera compulsão alimentar. Embora pouca gente saiba, o açúcar não gera compulsão, ao contrário da farinha. Além disso, ela contém triptofano, substância que estimula o cérebro a produzir a serotonina - neurotransmissor que regula o prazer, o sono, o apetite e a própria alegria de viver.
Substitua
Abolir o açúcar e a farinha refinada do cardápio de uma hora para a outra não é uma boa opção. O melhor é diminuir gradualmente as porções. "Um corte radical provoca a queda brusca de serotonina no organismo e a pessoa pode manifestar uma síndrome de abstinência semelhante à de um viciado em álcool ou cocaína. Entre os sintomas mais frequentes, estão a dor de cabeça, a depressão, enjoos e mau humor", destaca Rocha.
O endocrinologista aponta que o mais importante é a ingestão combinada de alimentos com índices glicêmicos baixos e índices proteicos altos, ricos em fibras, bem como grãos integrais, azeite e produtos light.
"Para manter em baixa os índices glicêmicos, deve-se começar as refeições com saladas de verduras e legumes com azeite. As fibras e o azeite retardam o tempo de absorção dos alimentos. O uso de arroz integral, granola, legumes (ao vapor ou grelhados), folhas verdes, frutas in natura e sucos sem coar também é fundamental. Os portadores de alto índice glicêmico devem evitar ao máximo produtos industrializados, lácteos e doces."
Também é importante comer de forma fracionada, para evitar que os níveis de açúcar despenquem. Manter o controle emocional, fazendo exercícios físicos e atividades que proporcionem prazer, é outro ponto fundamental. "Isso aumenta a síntese de serotonina, endorfina e dopamina naturalmente, sem precisar recorrer aos doces", salienta a nutricionista Roseli.
Há uma série de itens que são opções para substituir o açúcar na dieta. Confira os principais:
Frutas in natura ou desidratadas. Prefira frutas quentes, como: banana assada com canela e adoçante; abacaxi assado ou grelhado; compota de maçã ou pera; mousse; pudins de frutas (goiaba, manga). Mel. Chocolate amargo. Adoçantes como sucralose ou estévia. Aumente a ingestão de água.

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