domingo, 1 de abril de 2012

Ato em São Paulo pede punição aos crimes da ditadura

SÃO PAULO - Cerca de 300 pessoas manifestantes fazem um ato contra o golpe militar de 1964 em frente ao cemitério da Consolação, na região central de São Paulo. Eles querem lembrar os 48 anos do golpe e cobram punição para os responsáveis pelos crimes da ditadura. Organizado por grupos políticos, de teatro e de samba o protesto quer mostrar e punir aqueles que também se uniram aos militares durante os anos de chumbo. Os manifestantes ocupam a pista de subida da Rua da Consolação com um carro de som. O protesto é pacífico.
Na quinta-feira passada, terminou em confusão, corre-corre e pancadaria um protesto contra a comemoração pela passagem dos 48 anos do golpe militar de 1964, no Rio de Janeiro. Cerca de 300 militares da reserva participavam do evento, chamado de "1964 - A Verdade", na sede do Clube Militar, enquanto representantes de PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, fizeram a manifestação na frente das duas entradas do prédio. Uma pessoa foi detida e duas ficaram feridas.
Em São Paulo, o protesto seguirá por pontos do centro que lembram, de alguma maneira, a ditadura. Um deles é Rua Maria Antonia, onde houve confrontos entre estudantes da Universidade Mackenzie, entre eles, integrantes do Comnando de Caça aos Comunistas, e alunos da Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras da Universidade São Paulo, que culminou com a morte de um jovem.
Em seguida, eles passarão pela Avenida Higienópolis em frente à sede da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que treze dias antes antes do Golpe Militar organizou a "Marcha da família com Deus, pela liberdade" para convocar o Exército para lutar contra "a Anarquia e o Comunismo".
Também está no roteiro o elevado Costa e Silva, o Minhocão. Foi no governo do ex-presidente que foi editado o Ato Institucional número 5 (AI-5). Outro ponto escolhido pelos manifestantes é o prédio do jornal Folha de S. Paulo, que apoiou o golpe militar de 1964. O protesto deve se encerrar em frente à antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Neste domingo, primeiro de abril, popularmente conhecido como o Dia da Mentira e aniversário do golpe militar, os manifestantes escolheram usar uma camiseta com o logotpio que mostra uma bandeira dom os dizeres "Cordão da Mentira" e um boneco com chapéu militar e nariz de Pinóquio.
A expectativa é de que 500 a mil pessoas compareçam ao evento, que foi divulgado nas redes sociais da internet.
Os manifestantes seguram cartazes com fotos de mortos e desparecidos durante a ditadura e já leram poemas pedindo punição aos ditadores. Uma bateria está tocando sambas cujos temas tratam da ditadura.
Silvio Carneiro, um dos integrantes do protesto, disse que o objetivo do ato é rediscutir o passado do Brasil. E também falar de futuro.
- Queremos reprensar o futuro do Brasil. Temos que verificar a verdade da ditadura, o que aconteceu no passado. Crimes da ditadura devem ser investigados e os criminosos devem ser punidos, como aconteceu em outros países da América Latina - disse.

http://br.noticias.yahoo.com/ato-s%C3%A3o-paulo-pede-puni%C3%A7%C3%A3o-aos-crimes-ditadura-180657515.html

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