segunda-feira, 23 de julho de 2012

Caos na saúde pública de Alagoas


Superlotada, Santa Mônica tem mães e recém-nascidos nos corredores

Funcionários da unidade ameaçam entrar em greve caso nenhuma providência seja tomada por parte das autoridades competentes

Uma cena recorrente na Maternidade Escola Santa Mônica, situada no bairro do Poço, em Maceió, voltou a ser registrada nesta segunda-feira (23): 12 pacientes em trabalho de parto ou com crianças recém-nascidas ocupavam colchões nos corredores do hospital superlotado. Diante da situação, trabalhadores da maternidade ameaçam entrar em greve.

Segundo a técnica de enfermagem Valderez de Oliveira, a situação se repete porque, nos finais de semana, as maternidades particulares credenciadas para atenderem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) fecham as portas e toda a demanda recai sobre a Santa Mônica. “A nossa missão é atender as pacientes de alto risco, mas temos que ficar com toda a demanda do Estado, inclusive os casos de baixo risco, que não deveriam ser de nossa responsabilidade”, afirmou a funcionária.

“Temos uma paciente de alto risco com pressão alta em uma maca desde o início da noite de ontem [domingo] porque nossa UTI [Unidade de Tratamento Intensivo] está lotada”, informou Valderez. “Ninguém mais aguenta trabalhar aqui. Se nenhuma autoridade tomar uma atitude, vamos cruzar os braços e a coisa vai ficar muito pior”, emendou.

A mãe de uma paciente de 16 anos, Laudijane, disse que passou por várias maternidades de Maceió antes de levar sua filha à Santa Mônica. “Desde uma hora da madrugada que minha filha está sofrendo. Em todos os hospitais que a gente ia, diziam que não iam abrir, mas não davam nenhuma justificativa. Agora minha filha está em um colchão no chão, chorando para ter neném e ninguém faz nada”, desabafou.

A assessoria de comunicação da Maternidade Santa Mônica, por sua vez, informou que a situação é recorrente porque, diferentemente das demais unidades de saúde, A Santa Mônica 'não fecha nunca'. “Não temos o direito de recusar atendimento a nenhuma paciente, mesmo que se trate de um caso de baixo risco. Infelizmente, as outras maternidades não fazem o mesmo e nós ficamos sobrecarregados, pois, não temos como arcar com toda esta demanda”, disse a assessora da maternidade, ao microfone da Rádio Gazetaweb.


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