segunda-feira, 28 de maio de 2012

Procurador turco pede penas perpétuas para generais israelitas


Um tribunal turco aceitou hoje a acusação contra três generais e um almirante israelita, como responsáveis pelo homicídio de nove civis turcos, por ocasião da abordagem do navio "Mavi Marmara" por forças especiais israelitas. A acusação, que pede nove penas de prisão perpétua para cada um, tem um carácter simbólico. Não haverá, em caso de condenação, mecanismo algum para fazer cumprir as penas.

O navio "Mavi Marmara" fazia parte da "Flotilha da Liberdade" e pretendia furar por meios pacíficos o bloqueio israelita contra a Faixa de Gaza. Em 31 de Maio de 2010, o navio foi assaltado por forças especiais israelitas que abriram fogo e mataram nove passageiros.

O Governo israelita declarou "lamentar" a perda de vidas, mas recusou apresentar desculpas porque, na sua versão, os militares que procederam à abordagem a partir de um helicóptero apenas recorreram às armas de fogo depois de terem sido atacados. Segundo a versão israelita, os militares que assaltaram o navio é que foram as vítimas de um ataque, alegadamente realizado com facas, machados e objectos metálicos.

A ONU, contudo, condenou a morte de civis na operação, apesar da sua tradicional aprovação da política de bloqueio à Faixa de Gaza. E, por trás dos bastidores,  o Governo de Tel Aviv terá, segundo o diário israelitaHaaretz, levado a cabo esforços denodados nas últimas semanas para conseguir que Ankara deixasse cair a acusação. Para o efeito, ter-se-á mesmo oferecido para pagar avultadas compensações materiais às famílias das vítimas.

Segundo o Haaretz, 490 vítimas ou familares seus subscrevem a acusação. Nesse número incluir-se-iam 189 passageiros do navio, feridos durante a abordagem israelita.

Do outro lado, encontram-se em primeira linha um almirante (Eliezer Marom) e três generais (Gabi Ashkenazi, Amos Yadlin e Avishai Levi), chefes respectivamente da Marinha de Guerra, do Estado-Maior das Forças Armadas, dos serviços de inteligência da Força Aérea e do Exército. Além dos quatro oficiais-generais, a acusação visa também desconhecidos - os militares que executaram a operação e não puderam ser identificados.

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