sexta-feira, 27 de julho de 2012

Polícia Militar de São Paulo está fora de controle, diz procurador

MPF vai entrar ação civil pública para trocar o comando da corporação



O procurador da República, Matheus Baraldi, afirmou na tarde desta quinta-feira (26) que a Polícia Militar do Estado de São Paulo está fora de controle. Para ele, os praças da corporação estão psicologicamente desequilibrados.
— O praça não está sob controle, eles foram ensinados a praticar violência em patamares excessivos.

O  Ministério Público Federal em São Paulo pretende mover uma ação civil pública na Justiça Federal pedindo a troca do comando da PM no Estado. No entanto, de acordo com Baraldi, a procuradoria vai aguardar um pouco para ver se o governo toma alguma iniciativa por conta própria, mas caso isso não ocorra “em poucos dias” a ação será protocolada.
Ao falar do descontrole dos policiais, o procurador relembrou o caso do motoboy Eduardo Luis Pinheiro dos Santos que foi torturado  e espancado na 1ª Companhia do 9º Batalhão, na zona norte de São Paulo. O caso ocorreu em 2010 e o corpo do jovem foi encontrado a quilômetros o batalhão.
—  A partir do momento em quem a companhia inteira se reveza para espancar um rapaz por mero prazer, é sinal inquestionável de que há problemas de controle.
O procurador quer também que as investigações de casos de mortes cometidas por policiais sejam transferidas para a Polícia Federal. De acordo com ele, as autoridades estaduais não estão dando conta de solucionar esses casos.
Baraldi prevê que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) possa ser, inicialmente, resistente à ideia, mas terá que ceder caso sejam feitos vário pedidos.
— É importante que façamos pedidos reiterados de federalização das investigações. As portas do meu escritório estão abertas para quem quiser fazer isso.
Para a defensora pública do Estado de São Paulo Daniela Skromov Albuquerque, há uma "situação de descontrole há anos".
— Não existe um único fator [para descontrole], mas está faltando um comando forte que proíba e desestimule esse tipo de morte [praticada por policiais]. Há descontrole absoluto do comando e ideia de que policial bom é o do faroeste, que atira primeiro e pergunta depois, seja por coragem ou por medo.

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