A escalada da violência na periferia de São
Paulo, com denúncias de execuções cometidas por policiais militares é escândalo
nacional. Segundo alguns especialistas, isso ocorre porque o governo do estado
perdeu o controle sobre estas facções que agem impunemente dentro da PM. “Parece
que o governo Geraldo Alckmin concedeu licença para a PM matar. Os PMs podem
matar a vontade que não existe nenhuma punição”, afirma um especialista. O site
Carta Maior através de textos tem denunciado a Rota como braço letal da
polícia militar.
Para o juiz Marcelo Semer, membro e
ex-presidente da Associação de Juízes para a Democracia (AJD), afirma que o
Estado corre o risco de assumir um trágico papel protagonista na usurpação da
justiça.
"O
incremento de execuções atribuídas à polícia, especialmente nas periferias, é
altamente preocupante. Para o magistrado, se comprovadas as arbitrariedades, a
Justiça acabará fragilizada. "Não se pode deixar impune qualquer crime que
afronte as instituições, mas tudo que o Estado não pode é agir da mesma forma
que facções criminosas, ou seja, fora da lei. Quando faz isso, não apenas se confunde com o crime, como usurpa a
função da Justiça", critica ele.
Só no mês de julho, 47 pessoas foram mortas pela polícia no Estado em
supostas resistências armadas, ou seja, 2,5 mortes por dia.
No
dia 18/07, duas perseguições policiais terminaram com duas mortes, nas cidades
de São Paulo e de Santos. As
vítimas foram um publicitário e um estudante. Na capital a perseguição foi registrada
por câmeras. Em um carro preto estava um publicitário, de 39 anos. O que se vê
em um vídeo são carros e motos da PM atrás dele.
O publicitário só parou quando foi cercado por um carro da
PM, que vinha de frente. Eles chegaram a bater. Três policiais desceram e
dispararam cinco vezes no parabrisa, mas nenhum dos tiros atingiu o motorista.
O publicitário Ricardo Aquino foi morto por outros dois tiros, disparados da
janela lateral. Segundo a perícia, a distância foi tão curta que os cartuchos
que saltaram das armas, quando elas foram acionadas, foram parar dentro do
carro.
Na
cidade de Santos, 25 tiros. Só no vidro da frente nove. O motorista e o rapaz
ao lado se abaixaram e não foram atingidos. No banco de trás, havia mais quatro
jovens. Três foram baleados. Um deles, Bruno Vicente de Gouveia e Viana, de 19
anos, morreu.
Dois policiais que estão envolvidos na morte do publicitário
Ricardo Prudente de Aquino, já estiveram em confrontos durante abordagens
policiais. Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, responde por duas
resistências seguidas de morte - registrado também após supostos tiroteios. O
outro é Adriano Costa da Silva, 26 anos, que respondeu por uma resistência
seguida de lesão corporal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Elaborado a partir das fontes abaixo:
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