terça-feira, 19 de junho de 2012

Israel e EUA desenvolveram vírus de computador contra Irã, diz jornal

Stuxnet atacou centrais nucleares do país persa e forçou fechamento de centrífugas
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel colaboraram no desenvolvimento de um vírus destrutivo, que atacou sistema de informática do Irã, para sabotar os supostos esforços do Teerã de fabricar armas nucleares, afirma neste domingo (16) o jornal americano The New York Times.
O diário cita o depoimento de especialistas militares e de inteligência. Segundo eles, Israel testou efetivamente o vírus Stuxnet, que causou, aparentemente, o fechamento de um quinto das centrífugas nucleares iranianas em novembro do ano passado, além de atrasar a capacidade da República Islâmica de supostamente construir suas primeiras armas nucleares.
As provas foram realizadas no fortemente protegido complexo israelense de Dimona, no deserto de Neguev, que abriga o não declarado programa de armas nucleares de Israel.
Especialistas e funcionários disseram ao jornal que o projeto para a criação do Stuxnet foi um esforço conjunto entre Israel e Estados Unidos, com a ajuda, consciente ou não, de Alemanha e Reino Unido.
- Para testar o vírus é preciso conhecer as máquinas.
Especulava-se amplamente se Israel estaria por trás do Stuxnet. Teerã também acusou israelenses e americanos de assassinarem dois cientistas nucleares.
A notícia do New York Times foi divulgada no momento em que o Irã afirma que seu polêmico programa de enriquecimento de urânio avança "significativamente", apesar das sanções de que é objeto.
A revelação também vem dias antes da reunião de alto nível entre Teerã e seis potências mundiais (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano, nos dias 21 e 22 de janeiro, em Istambul, na Turquia. 
O Stuxnet é um vírus de computador que se espalha por pendrives e outros dispositivos USB e infecta sistemas industriais.
O Stuxnet busca nos computadores um programa da empresa alemã Siemens usado para controlar oleodutos, plataformas de petróleo, centrais elétricas e outras instalações industriais. O vírus infecta o sistema, esconde-se em um rootkit (software criado para fingir que o sistema não foi invadido) e checa se o computador infectado está conectado a um sistema de fábrica chamado Siemens Simatic (Step 7). Se estiver, o vírus muda os comandos enviados do Windows, roda um programa chamado PLC e procura uma rede da fábrica. Se não achar, não faz nada.

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